Braga. O que esperam os autarcas das freguesias urbanas para o mandato 2021-2025

Com dois novos rostos na liderança das freguesias urbanas de Braga neste novo mandato 2021-2025, a tomada de posse das assembleias de freguesia de S. Vicente, S. Victor, S. José de S. Lázaro e S. João do Souto, Maximinos, Sé e Cividade decorreram nas últimas duas semanas. Em S. Vicente muda o rosto, mas não a cor política, com Daniel Pinto a substituir Jorge Pires enquanto presidente eleito pela coligação Juntos por Braga. Já na União de Freguesias de São José de S. Lázaro e S. João do Souto, Miguel Pires é o novo presidente, também ele eleito pela coligação PSD/CDS/PPM/Aliança.
Na União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade e na freguesia de S. Victor, mantém-se Luís Pedroso e Ricardo Silva, respetivamente. A RUM ouviu as expectativas dos quatro autarcas, agora que estão reunidas formalmente todas condições para o exercício de governação.
Daniel Pinto promete envolvimento de todas as forças políticas em S. Vicente
À RUM, o autarca Daniel Pinto realça o “compromisso entre os vários partidos”, nomeadamente com o Partido Socialista, depois de realizada a primeira assembleia de freguesia. “O resultado da assembleia é um resultado positivo, não poderia ser de outra forma. Estou aqui para fazer uma política de consenso e envolvimento das forças políticas”, disse, destacando algumas convergências com o candidato do PS.
O eleito pela coligação lembra que 65% das propostas representam uma intervenção da junta e o restante com outras entidades. Por isso, assume a necessidade de um relacionamento com o município que seja “benéfico para os vicentinos”, nomeadamente na área da mobilidade, com obras como a central de camionagem e o Nó de Infias.
Daniel Pinto refere também que a junta de freguesia “será sempre um parceiro” caso o município entenda delegar novas competências a S. Vicente.
Miguel Pires confiante numa colaboração construtiva com todas as forças políticas na União de Freguesias de São José de S. Lázaro e S. João do Souto
Nas freguesias urbanas, e também pela coligação Juntos por Braga, surge outro novo rosto, Miguel Pires. O presidente da União de Freguesias de S. José de S.Lázaro e S. João do Souto antevê uma colaboração “construtiva” com as restantes forças políticas ao longo dos próximos quatro anos.
Referindo que a instalação e tomada de posse da assembleia de freguesia “correu dentro do que perspetivava”, Miguel Pires antevê “uma boa colaboração” com as restantes forças. De acordo com o mesmo, a primeira reunião de executivo com distribuição de pelouros já aconteceu e, entretanto, irão surgir algumas comissões, entre elas uma comissão social e uma comissão cultural.
A equipa, refere o autarca eleito pela coligação Juntos por Braga, tem “muitos projetos e muitas ideias” e pretende trabalhar ao longo deste mandato para assegurar a qualidade de vida dos seus cidadãos.
Na área cultural, a união de freguesias vai disponibilizar o seu espaço comum, no edifício Pé Alado, e “outros espaços” através de um regulamento de utilização que em processo de formalização. Na comissão social, a equipa formada está já a “trabalhar algumas ideias”, disse. “Vamos fazer caminho, ainda é tudo muito recente, mas temos uma equipa muito forte e muito motivada para trabalhar”, continuou.
Luís Pedroso saúda entendimento entre coligação e PS na União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade
Reeleito para um terceiro e último mandato, Luís Pedroso, presidente da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade realça o entendimento da coligação de direita com o Partido Socialista para a constituição de um executivo. Ao contrário do que aconteceu há quatro anos, o autarca tem agora outra margem de manobra para a sua governação. Por isso, em declarações à RUM, sublinhou este entendimento com o PS, garantindo que o trabalho que tem pela frente será realizado “de uma forma honesta e séria”.
Na opinião do eleito pela coligação, uma vez que os programas dos candidatos às freguesias são mais limitados “é mais fácil encontrar pontos comuns, porque todos vêem da mesma forma as dificuldades”.
Sobre a execução dos projetos propostos para o novo mandato, Luís Pedroso avisa que “nem tudo se resume a cimento”, mas não deixa de assinalar a conclusão da 3ª fase do viaduto da Maconde que “vai tirar muito trânsito à Rua do Caires. Realça também o que diz ser “a joia da coroa”, a Insula das Carvalheiras, como “futuro polo de atração turística que irá alavancar” toda a zona envolvente.
Independente Ricardo Silva quer trabalhar “com todos os que querem trabalhar por bem”, mas reconhece dificuldades fruto da coligação entre Juntos por Braga e PS na Mesa da Assembleia
Já na freguesia urbana de S. Victor, apesar do maior número de mandatos pertencer ao independente Ricardo Silva, os partidos da oposição coligaram-se para presidir à Mesa da Assembleia. Aos microfones da RUM, Ricardo Silva admitiu “alguma surpresa” com a coligação dos partidos da oposição (coligação Juntos por Braga e PS), mas aponta que o executivo está a preparar-se para “trabalhar com todos os que querem trabalhar por bem, para as pessoas e pelas pessoas”. “Têm-nos dito que isto pode criar tensões com a Câmara Municipal de Braga, eu não vejo assim, penso que estamos todos conscientes das responsabilidades. Quem representa todos os cidadãos também vai querer incluir a freguesia de S. Victor. Temos quatro anos de trabalho e há muita coisa para fazer, há vários projetos que gostaríamos de implementar”, sustentou.
Entre as propostas urgentes, Ricardo Silva dá nota da requalificação na Rua Quinta da Armada, Bairro da Alegria, Rua de S. José, melhoramentos na zona do Bocage e na rua José António Cruz.
O autarca independente defende ainda a elaboração de estudos de qualidade do ar, de qualidade do ruído ou das velocidades praticadas “para que em 2025 fique disponível um caderno de encargos para que os próximos presidentes de junta saibam toda a matéria que se produziu e instituí-la na própria freguesia”.
