“O problema em Angola é a falta de resposta em termos de assistência médica”

Paulo Falcão Teixeira estudou Sociologia na Universidade do Minho. Depois de concluir os estudos no ensino superior, fez a mala e mudou-se para Angola. Aterrou em Luanda, terra onde viveu até há bem pouco tempo. Mudou-se, entretanto, para a cidade de Lobito.
Angola regista em média 300 novos casos de Covid-19 e entre uma a duas dezenas de mortes, diariamente.
“O grande problema é a falta de resposta em termos de assistência médica”, adiantou este antigo estudantes, dando nota de que numa “pronvíncia como Luanda, com cerca de oito milhões de habitantes existem três clínicas”.
Dos “testes aleatórios feitos em mercados, cerca de 7% da população testada já tinha tido contacto com o vírus, mas não tinha manifestado sintomas”. “Isto leva-nos a crer que os números que conhecemos poderão ser muito superiores”, acrecentou. Além disso, e apesar dos poucos testes realizados para a densidade populacional, ao contrário de Portugal, a população é bastante jovem. “A maioria dos infectados são jovens, mas estão assintomáticos”, explicou.
“Por falta de pessoal qualificado, houve doentes que ao serem entubados morreram”
As normas, assegura, são cumpridas. Primeiro, “porque a autoridade funciona de forma mais assertiva do que na Europa”, mas também por uma questão de sobrevivência. “Uma das medidas que foi tomada foi o uso de máscara na rua. Para a realidade de cá faz sentido, porque não há escapatória, ou cumprem ou correm o risco de não conseguir ter assistência”, afirmou.
Paulo Falcão Teixeira revelou ainda que “por falta de pessoal qualificado, houve doentes que ao serem entubados morreram, porque eram mal entubados”. “Ao termos esses receios acabamos por nos precaver mais”, garantiu o antigo estudante.
