“O governo está a desconsiderar e a desrespeitar Guimarães”

O PSD de Guimarães considera que a visita do Governo ao concelho foi “uma oportunidade perdida”, descrevendo-a como “uma iniciativa festivaleira”. O presidente da estrutura partidária fez, esta terça-feira, um balanço do impacto do ‘Governo + Próximo’, que passou por um conjunto de eventos realizados no distrito de Braga, na quarta e quinta-feira.
O Bus Rapid Transit (BRT) é um dos exemplos dados. No que diz respeito a Guimarães foi assinado um protocolo entre a autarquia e o Fundo Ambiental, no valor de 1 milhão de euros, que “já tinha sido anunciado”, para a iniciação dos estudos técnicos para implementar esse sistema na cidade.
Comparando com Braga – terá o apoio de 100 milhões de euros para colocar o BRT em prática -, Ricardo Araújo questiona a discrepância dos valores e o atraso desse processo no território. “O presidente da câmara gaba-se de ter sido pioneiro neste tema. Então por que foi ultrapassado por Braga? ”, pergunta.
Num “caderno de encargos” com 10 pontos, sugerido pela PSD, metade deles relaciona-se com mobilidade. Além do BRT, o líder da concelhia exige a criação do nó de acesso da A7 em Brito/Vila Nova de Sande, que poderia “ajudar a resolver o problema da acessibilidade ao norte do concelho e ao Avepark”, e a requalificação dos principais eixos rodoviários às vilas e concelhos vizinhos (EN101 – ligação às Taipas, em direção a Braga), EN206 (ligação a Ronfe, em direção a Vila Nova de Famalicão) e EN105 (ligação a Lordelo, em direção a Santo Tirso).
A reabilitação e a duplicação da linha férrea de Guimarães ao Porto e o regresso das ligações Alfa e o fecho da circular urbana e criação de uma ligação direta ao hospital são outras das medidas que ficaram por anunciar, de acordo com Ricardo Araújo.
PSD aponta necessidades nas áreas da justiça, habitação, educação e cultura
Um dos investimentos abordados pelo governo na última semana foi a construção de um novo edifício para o Palácio da Justiça de Guimarães. O social-democrata refere que “o anúncio tinha sido feito em 2019” e que esse processo “já devia estar concluído”.
Em matéria de habitação, observa, “a Câmara Municipal podia ter aproveitado a oportunidade para renegociar o protocolo com o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana e aumentar o financiamento”. Neste momento, recorda, o concelho vimaranense tem contratualizados 30 milhões de euros, metade do valor atribuído a Vila Nova de Famalicão e um quarto do destinado a Braga.
“Encontrar soluções para o problema das creches no concelho”, requalificar o parque escolar, nomeadamente as escolas EB 2/3 D. Afonso Henriques e de Pevidém, são outras das propostas. A cultura mereceu também uma chamada de atenção, de forma tripartida: a reabilitação da Igreja da Costa, a falta de financiamento do Centro Internacional das Artes José de Guimarães e o processo de descentralização e gestão integrada dos monumentos.
Numa análise global, tendo em conta “as expetativas altas” provocadas pela visita do Governo, o presidente do PSD Guimarães considera que foram “defraudadas”, dividindo as culpas pelos dois executivos socialistas: “O governo está a desconsiderar e a desrespeitar Guimarães. Já o poder local não tem sido capaz de convencer o governo a investir em Guimarães, nem de reivindicar investimento”.
