“O distrito de Braga não tem um plano ferroviário, mas sim rodoviário”

Sandra Cardoso, cabeça de lista da CDU pelo distrito de Braga, defende que com “uma verdadeira regionalização”, decisões relacionadas com as necessidades do distrito nomeadamente em matéria de mobilidade, seriam aprovadas, inclusive a proposta de ligação ferroviária direta entre Braga e Guimarães. A candidata diz que estes dois concelhos “não apresentam uma solução ferroviária”, mas sim rodoviária” e considera “uma urgência” esta resposta. “Esta via ferroviária não tem andado para a frente por falta de vontade política. Braga e Guimarães têm um plano rodoviária. Braga propõe um BRT, Guimarães um MetroBus”, constata.
Notando que estas decisões “devem ser tomadas na região e não por Lisboa onde se rejeitam decisões que são tomadas aqui pelas assembleias municipais”, Sandra Cardoso defende que se feche esta malha urbana pela ferrovia.
Alargar a oferta de habitação pública e a custos controlados e proteger a habitação arrendada
Em matéria de habitação, num distrito que viu subir de forma exponencial os preços das casas, a candidata da CDU fala num exemplo de “liberalização no expoente máximo”. A proposta da CDU sugere a construção de 50 mil novas casas no país até 2028, mas outras medidas como a proteção de quem tem habitação própria. “A banca tem 12Milhoes de Euros por dia de lucro às custas das taxas. É inadmissível, queremos colocar os lucros da banca a ajudar a pagar as taxas de juro e, ao mesmo tempo, colocar um limite na especulação”, além da regulação e redução drástica no valor máximo do arrendamento”, anuncia.
Só com valorização de carreiras podemos fixar jovens em Portugal
Na defesa por melhores salários e mais direitos, a cabeça de lista da CDU diz que Portugal apresenta “uma desvalorização completa do trabalho” que leva depois a taxas de emigração elevadas, maioritariamente nas faixas etárias mais jovens.
Dando como exemplo a área da saúde, a CDU defende para os recém-licenciados melhores salários e uma majoração de 50% para aqueles que se fixam no SNS, para além de 25% na contagem do tempo de serviço, “medidas que motivam os jovens a ficar e a fixarem-se no Serviço Nacional de Saúde que depois vai favorecer toda a população”, esclarece a candidata.
“Não devia ser um luxo ir a uma peça de teatro ou a um concerto”
A CDU defende “no mínimo 1% do PIB para a cultura”. Sandra Cardoso afirma que “não devia ser um luxo ir a uma peça de teatro ou a um concerto”, e considera que as saídas dos portugueses para estes eventos ajudariam outros setores da economia, se os salários fossem mais justos. “Não é preciso ser da área da economia para perceber que a economia só começará a desenvolver-se quando os salários e as pensões aumentarem”, continua. Lembrando também os pensionistas,” muitos deles que têm de escolher entre pagar medicamentos ou comer”, a candidata insiste num reforço substancial de salários e reformas.
Ainda na área da cultura, “alargar o regime de gratuitidade no acesso à cultura” é outra das medidas do caderno de compromissos da CDU. “As pessoas não deviam ser condicionadas no acesso à cultura por motivos financeiros”, conclui.
Nesta mesma entrevista à RUM, que foi para o ar esta sexta-feira, Sandra Cardoso defendeu o fim das propinas, o reforço de apoios sociais e a construção de mais residências universitárias públicas.
