“O desporto ajuda-me a regular as emoções dentro e fora de campo”

Empatia, saber lidar com a frustração e fortalecer a saúde mental. Estas foram algumas das dimensões exploradas na tertúlia ‘Happy Rugby: A regulação das emoções através do desporto’, dinamizada, esta sexta-feira, por alunos do colégio Alfacoop.
Sérgio Cardoso frequentou o estabelecimento de ensino situado na freguesia bracarense de Ruílhe e é agora finalista da licenciatura em Ciências do Desporto da FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Agora com 20 anos, estando no Braga Rugby há seis, considera que essa experiência “ajuda emocionalmente”, até como pessoa “fora do contexto desportivo”. “Acho que o desporto ajuda a regular as minhas emoções quando estou dentro e fora de campo”, argumenta.
Também presente na tertúlia, Marcelo d’Orey, antigo internacional de râguebi, falou da sua experiência enquanto jogador e como treinador. Com um campeonato do mundo realizado no currículo, em 2007, ano em que Portugal se estreou na prova, confessa que, antes de entrar no desporto, tinha a “tendência” para não se “controlar emocionalmente”. “Há momentos em que os jogadores se sentem injustiçados”, frisa, mas é “necessário saber gerir as emoções perante os árbitros e os adversários”, cenário que se deve “transmitir para a vida em geral”.
O papel “reparador” do desporto e a sua ação como ‘agente químico’
Filipa Amorim é diretora técnica do Centro Social Padre David Oliveira Martins, também em Ruílhe, local que acolheu Sérgio Cardoso, apontado como “um exemplo a seguir”. No seu entender e recorrendo à experiência, “o desporto pode ajudar a salvar e a criar uma saúda mental mais forte”. “Acho que o desporto pode ser reparador nesta situação de crianças e jovens que são acolhidos e que são retirados do meio natural de vida”, vinca.
Noutra perspetiva, Paulo Coelho, psicólogo na clínica MIM, localizada em Braga, explica que “o desporto tem um impacto positivo na ação dos neurotransmissores”, relacionando “a parte química do cérebro” com “o controlo emocional”.
A tertúlia, que antecedeu uma aula prática de rugby, integrou-se na Prova de Aptidão Profissional (PAP) de André Curinha e Gonçalo Sá. O coordenador da PAP, Rui Torres, salienta a “pertinência” de se abordar um tema como este, sobretudo numa altura em que “muitos dos jovens acalentam o sonho de ser desportistas profissionais”. Além disso, com a presença de convidados de diferentes áreas, assinala o professor do curso de Desporto, há a possibilidade de equacionarem “outras saídas” para o futuro.
