“O capital social do Hospital de Braga é irrisório para a sua dimensão”

O Hospital de Braga merece ter um capital social 50 vezes superior. O alerta foi dado pelo presidente do conselho de administração no programa ‘A Saúde Tem Voz’, emitido este domingo na RUM.

Desde que transitou para a esfera pública, em setembro de 2019, o valor que dispõe é de quatro milhões de euros. Para João Porfírio Oliveira, trata-se de um montante “muito baixo e irrisório para a dimensão do hospital” e que “limita seriamente a autonomia em termos de investimento”.

“A dimensão do Hospital de Braga corresponde a um capital social de 200 milhões de euros. Não estou a dizer que deve ser de um momento para o outro. O Ministério das Finanças e o governo vão precisar de alguns anos para chegar a esse valor”, acrescenta.

A falta de capital social tem limitado o investimento em recursos humanos, material e infraestruturas. Uma das prioridades para o futuro passa pela renovação dos aceleradores lineares. Utilizados nos tratamentos de radioterapia, “pela idade que têm, correm um maior risco de parar a sua atividade”, explica o presidente do conselho de administração.

Outros dos objetivos de João Porfírio Oliveira são a melhoria dos hospitais de dia e arranjar um novo espaço, “mais digno e confortável”, para o banco de sangue. No que diz respeito aos profissionais de saúde, aponta os serviços de cirurgia plástica e de ortopedia como os mais necessitados de recursos humanos.



Hospital de Braga bate recordes no último ano do primeiro mandato de João Porfírio Oliveira


O Hospital de Braga passou para a esfera pública em setembro de 2019. O gestor não esconde que “gostava de ter algumas ferramentas do privado, como a facilidade em contratar”. “É uma dor de cabeça substituir um profissional. São precisas autorizações para tudo”.


Ainda assim, ressalta a importância do Serviço Nacional de Saúde, destacando a “produtividade” da unidade hospitalar bracarense no ano passado, que foi “o melhor de sempre”. Em 2021 registou mais de 520 mil consultas, um aumento de 8% em comparação com 2019. Em termos de cirurgias, o valor foi também recorde, fixando-se em 42.873, com um crescimento a rondar os 30%.


João Porfírio Oliveira assumiu o cargo de presidente do conselho de administração na sequência da transição do Hospital de Braga para o setor público. Terminado o primeiro mandato – chegou ao fim a 31 de dezembro -, mostra-se disponível para continuar nessa função, sendo que a possível recondução só deverá ser conhecida depois do novo governo tomar posse. 


“Foi um mandato em que sentimos missão cumprida. Fizemos uma transição suave, em que o objetivo era que a população não sentisse negativamente a mudança do modelo de gestão”, resume.

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Tiago Barquinha
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