Nuno Melo quer modernizar CDS mas não esquece “áreas clássicas”

O novo presidente do CDS pretende “resgatar o partido para um lugar cimeiro do regime democrático nacional”. Eleito este domingo no 29º congresso nacional, em Guimarães, Nuno Melo sucede a Francisco Rodrigues dos Santos.

Pela primeira vez em democracia, o partido perdeu a representação parlamentar. Olhando para as circunstâncias atuais, em entrevista à RUM, o eurodeputado mostra-se “profundamente convicto” de que a equipa que lidera será “capaz de enfrentar todos os desafios”.

Acrescenta ainda que a vitória folgada, com 75% dos votos, é um sinal da “confiança do partido” na sua lista. “Os militantes deram-nos um mandato estável para aplicarmos quase uma perspetiva de governação em tempos de crise”, vinca.

Segurança, educação e agricultura são algumas das “áreas clássicas” que o CDS quer recuperar com a nova liderança, a que se soma a preocupação com os problemas dos contribuintes, pensionistas e empresas. Neste último caso, Nuno Melo aponta críticas à “lógica socialista de governação”, referindo que o setor empresarial é que deve ser responsável por “gerar emprego” e “criar riqueza”. “Nada disso deve acontecer no universo do Estado”.

Por outro lado, considera que o partido precisa de “ter capacidade de apresentar ideias muito firmes” e de “saber o que quer” nas áreas novas da governação, dando os exemplos da sustentabilidade, economia verde e digital e do mar. O novo presidente fala de um CDS que necessita de se “projetar na sociedade como um partido moderno”.

Nuno Melo recorda sondagem: “Se eu fosse o presidente, o número de votos seria o quádruplo”

Sem representação na Assembleia República, nesta fase, os ideais do partido devem ser amplificados nas autarquias, assembleias municipais e freguesias, assim como nos governos regionais e no Parlamento Europeu, onde Nuno Melo está como deputado desde 2009. 


Com estes “ativos”, o famalicense considera que os democratas cristãos apresentam “ferramentas que os outros partidos que entraram na Assembleia da República não têm”.

Nuno Melo sucede a Francisco Rodrigues dos Santos, que esteve dois anos no cargo. Sem fazer referência ao antecessor, o famalicense considera que, se tivesse assumido funções antes das legislativas, o cenário poderia ser bem diferente.

“A primeira sondagem que foi feita depois das eleições, 15 dias depois, dizia que, se eu fosse presidente do CDS, o número de votos seria o quádruplo. Teríamos 5,3%, numa margem que ia até 7,1%. Ficávamos à frente do Chega, do Bloco de Esquerda e da CDU e apenas atrás da Iniciativa Liberal [além de PS e PSD]”, frisa.

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Tiago Barquinha
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