Novo episódio do UMind lança dicas para gerires melhor a tua rotina de universitário  

Afastar o telemóvel em momentos de descanso e definir tempos de trabalho e de lazer são algumas das recomendações deixadas a estudantes universitários com o objetivo de organizar o dia-a-dia.


O novo episódio do podcast UMind é dedicado ao tema dos nudges e microdecisões. A vida universitária apresenta vários desafios, nomeadamente riscos mais sérios quando o estudante não encontra um equilíbrio.

A definição de nudges é simplificada, antes de tudo, por Cristiana Cerqueira Leal, da Escola de Economia, Gestão e Ciência Política da UMinho. “Um nudge é uma pequena mudança no ambiente de decisão que torna a melhor decisão mais óbvia de ser escolhida, sem proibir nada e mantendo a autonomia do indivíduo”, começa por resumir. O termo começou a ser utilizado em 2008, nos Estados Unidos da América. Não se trata de conhecimento novo, mas a sua aplicação surge, nomeadamente, nas políticas públicas com enfoque na área da saúde. 

Paula Veiga, também docente da EEG e Ciência Política explica que há muitas unidades de nudges apenas relacionadas com a saúde, em contexto hospitalar, nomeadamente nos EUA e Reino Unido. Uma mensagem para consulta/lembrete que toca no telefone do utente, recomendações para os médicos no que respeita à subscrição de medicamentos são dois exemplos práticos.

Momentos sem telemóvel ou novas tecnologias

“A gestão do trabalho académico é uma das principais determinantes do burnout, ou mesmo de experiência de sintomas depressivos e de ansiedade, portanto é muito importante envolver formas de ajudar os alunos a tomar as melhores decisões em relação à gestão de tempo”, começa por alertar Paula Veiga.

Por isso, mecanismos de organização dos estudantes e acompanhamento simultâneo dos docentes podem fazer a diferença.

Cristiana Cerqueira Leal é também especialista em economia comportamental recomenda aos estudantes universitários que definam tempos de trabalho e tempos de lazer. “É muito importante para os estudantes e às vezes não é fácil essa delimitação. Garantir que o tempo de lazer é um tempo de qualidade, sem tecnologias, estabelecer limites de utilização de determinadas apps diariamente, colocar em modo não incomodar quando estamos em trabalho, o que significa que não vai tocar, não vai distrair”, exemplifica. A utilização de prazos intermédios internos é outra recomendação no sentido de promover uma outra gestão de tempo e de trabalho que não coincida com a data limite definida pelo professor. Além disso, Cristiana Cerqueira Leal considera que os professores também podem desenvolver o seu papel no fortalecimento do compromentimento de todos os estudantes com determinada tarefa. “Muitas vezes conseguimos enviar lembretes, dar informação que x por cento dos colegas já entregaram o trabalho porque vai criar a norma social e vai favorecer o comprometimento de todos com aquela tarefa”, argumenta.

Paula Veiga também propõe que se afaste o telemóvel de zonas de trabalho e de descanso. Noutras circunstâncias, nomeadamente mais voltadas para comportamentos com benefícios para a saúde dos estudantes, a especialista em avaliação de políticas públicas sugere que os estudantes coloque fruta em sítios visíveis, e que se façam acompanhar da garrafa de água.

A responsável assinala, por exemplo, que “as pessoas com fome vão em princípio tomar decisões menos apropriadas para a sua alimentação” e refere que “a marcação adiantada nas cantinas” é mais uma ação de defesa para uma alimentação mais saudável.

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Elsa Moura
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Sérgio Xavier
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