Nova investigação aponta para 1919 como ano de fundação do SC Braga

O SC Braga terá sido fundado dois anos mais cedo. É o que mostra um artigo publicado na 68ª edição da revista Bracara Augusta, que foi apresentada esta sexta-feira na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.

A data oficial remonta a 19 de janeiro de 1921, tendo, por isso, o clube festejado recentemente o centenário. No entanto, a investigação levada a cabo por João Miguel Fernandes e José Bastos Machado mostra outra versão.

Os autores exibem dois documentos oficiais de 1926, presentes no arquivo do Comité Olímpico Português: uma carta da direção do clube e outra da Câmara Municipal de Braga solicitando o estatuto de instituição de utilidade pública, nas quais é referido que se trata de “uma agremiação desportiva instituída em 20 de março de 1919″.

De acordo com João Miguel Fernandes, há um terceiro elemento que “ajuda a confirmar” esse cenário. “Numa pesquisa que fizemos, encontramos uma notícia no Diário do Minho de um jogo do Sporting de Braga [contra o Sport Club Caixeiros] no dia de São João, em 1920, o que indica que o clube já praticava futebol nessa época”, explica.

Através da investigação é possível perceber que, até 1944, pelo menos, 1919 foi assumido pelo clube como o ano de fundação, já que existem “provas da celebração do 25º aniversário” nessa altura. Não sabendo em que fase é que a nova data começou a vigorar, o docente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho admite que tenha havido “alguma confusão” e que “vários documentos podem ter sido perdidos”. “Só nos anos 50 e 60 é que começou a aparecer a data de 19 de janeiro de 1921”.



Nova edição da Bracara Augusta conta com artigos do cónego José Marques


A investigação ‘A fundação do Sporting de Braga’ começou a ser trabalhada tendo em vista o Livro do Centenário do clube, que ainda não foi divulgado publicamente devido à pandemia. Pelo mesmo motivo, a disponibilização desta edição da revista Bracara Augusta só aconteceu agora, apesar de ter sido desenvolvida em 2020. 


Na cerimónia de apresentação, o diretor Luís Silva Pereira evocou a memória do cónego José Marques, que faleceu em janeiro, destacando “a amabilidade que sempre demonstrou em apoiar toda a gente com os seus profundos conhecimentos históricos”.


Desde 1986, o especialista em História Medieval colaborou em cerca de 30 artigos desta publicação. Dois deles estão presentes na edição agora apresentada: ‘D.Lourenço Vicente e a Lourinhã’ e ‘A Universidade de Salamanca e o Norte de Portugal, nos séculos XV-XVII’.

O Mosteiro de Tibães, a Casa da Pereira (antiga Quintã de Carcavelos), em S. Martinho de Dume, a Associação dos Bombeiros Voluntários do Gerês e personalidades como D. Rodrigo de Moura Teles e Feliciano Mendes são também retratados no primeiro de dois volumes da revista que serão publicados este ano.

A Bracara Augusta, coordenada pelo pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Braga, começou a ser editada em 1935. A vereadora Lídia Dias destaca o seu papel como “a voz dos investigadores no que diz respeito ao património e à história da região”.

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Tiago Barquinha
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