“Nos 45 anos da CTB, a companhia foi mais financiada com Governos de direita do que de esquerda”

Parece uma contradição, mas Rui Madeira confessa que a Companhia de Teatro de Braga (CTB) foi, ao longo de mais de 40 anos, mais financiada com Governos de direita do que de esquerda. No entanto, o diretor da CTB confessa não ter qualquer expetativa em relação ao novo Ministro/a da Cultura que deverá ser anunciado/a por Luís Montenegro esta quinta-feira, 28 de março.

Aos microfones da RUM, Rui Madeira apresenta-se como um “homem de esquerda”, porém, no final do dia tudo se resume às políticas que, frisa, devem ser “transversais para o país e não podem ser ao gosto deste ou daquele”.

Quanto a possíveis nomes, não entra nessa discussão garantindo apenas que quando existir estará presente para “avaliar”. 

Numa espécie de desabafo, Rui Madeira considera premente, além de um maior financiamento da cultura, um olhar especial para a identidade portuguesa, mais concretamente, para a língua de Camões.

“Sinto-me muito triste de ver como o Governo português trata a língua portuguesa que se fala em Portugal e entrega isso ao português que se fala no Brasil”, defende. O ator e encenador considera que esta forma de estar acaba por afetar a “identidade” dos portugueses. “Para mim os problemas do teatro são intrínsecos à nossa própria natureza de portugueses. Fazem-se bons espetáculos, há bons atores, há bons diretores, há equipamentos. O que falta é estratégia e o que falta é política”, conclui.

Quanto à questão do mecenato na cultura, Rui Madeira recorda que a CTB não é um reflexo do teatro em Portugal, visto que é considerada uma estrutura privada.

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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