Noite Europeia dos Investigadores aproxima UMinho das escolas de Braga

Mostrar que a ciência é para todos. É este o grande objetivo da Noite Europeia dos Investigadores, que regressou ao Altice Forum Braga, focada na sustentabilidade e inclusão. Este é um evento financiado pela Comissão Europeia, que decorre também em Lisboa, Coimbra e Évora, bem como em vários países europeus.

Durante cerca de oito horas, os visitantes têm oportunidade de participar em mais de meia centena de atividades, que, em Braga, são promovidas pela Escola de Ciências da Universidade do Minho e pelo INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia.

O tema, “Ciência para todos – Inclusão e Sustentabilidade” vai manter-se no próximo ano, estnado já em marcha algumas novidades. A Escola de Ciências pretende aproximar-se das escolas e, por isso, serão, ao longo do ano letivo, desenvolvidas atividades em cojunto. Segundo adiantou à RUM Hernâni Gerós, vice-presidente da Escola de Ciências, “os professores da UMinho vão interagir com os alunos nas escolas, a academia vai receber os estudantes, e serão trabalhados temas com os jovens que, na próxima Noite Europeia dos Investigadores, vão integrar expositores com as atividades desenvolvidas”. 

O grande objetivo, revelou à RUM, o presidente da Escola de Ciências, José González Meijome, é abrir a porta dos laboratórios para que “a comunidade de Braga e municípios vizinhos tenham conhecimento da forma como se tenta contribuir para o avanço da ciência e para melhorar as condições de vida, através das soluções científicas” que se vão desenvolvendo.

O reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, destaca, além “do objetivo de comunicar ciência e mostrar que aquilo que se faz no campo científico é relevante para todos”, este evento põe “em interação pessoas de várias áreas e idades, unidas pela preocupação comum de perceber o que acontece nas várias áreas e procurar relações entre os vários campos científicos”.

O reitor salienta ainda a “intervenção forte da UMinho” nesta iniciativa europeia, que “exprime a atitude global da própria universidade face à difusão de conhecimento científico”.

Já o presidente da Câmara de Braga vê na Noite Europeia dos Investigadores uma oportunidade e um “estímulo para que mais jovens bracarenses possam enveredar por uma carreira de investigação, que é tão necessária para promover o desenvolvimento futuro”.

“Acho que é o testemunho da qualidade da UMinho e temos beneficiado da colaboração. Braga tem registado um crescimento económico assente na inovação, que resulta da investigação científica, e temos feito a aplicação de muita investigação em contexto de gestão urbana”, revelou ainda o autarca.

“100% das pessoas que fazem investigação têm amor à camisola”

A ciência e os cientistas precisam de investimento para prosseguir com as investigações.

Hernâni Gerós considera “injusto não creditar o papel que os últimos governos têm feito na ciência”. “A Fundação para a Ciência e Tecnologia tem apoiado a investigação e nunca como agora tivemos tantos investigadores doutorados”, afirmou.

Já Ricardo Franco Duarte, investigador do Centro de Biologia Molecular e Ambiental, garante que, em Portugal, “100% das pessoas que fazem investigação têm amor à camisola”, porque “é difícil aguentar as adversidades da profissão”. A ideia é corroborada por Daniela Correia, investigadora do Centro de Química da academia minhota, que assegura que “a vida de um cientista não é fácil”. “Temos que andar sempre à procura de financiamentos e temos que estar constantemente a concorrer a projetos que permitam financiar a investigação desenvolvida”, reforçou.

Ricardo Franco Duarte explica ainda que é necessário “ter ideias para novos projetos e ser-se competitivo para, face ao pouco financiamento público que há para ciência em Portugal, conseguir fazer vingar a ideia”. “Esse apoio dura três anos e depois começa tudo novamente, ou seja, nunca chegamos a ter estabilidade”, referiu o investigador, dando nota de que esse é o motivo pelo qual muitos colegas optam pelo estrangeiro.

Para ambos, a Noite Europeia dos Investigadores acaba por ser um bom instrumento para trabalharem a “comunicação de ciência”, que dizem ser “o grande desafio dos cientistas”. 

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Liliana Oliveira
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Sara Pereira
NO AR Sara Pereira A seguir: Carolina Damas às 17:00
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