“No fim-de-semana o telefone tocou só para fazer desmarcações”

A chegada ao segundo fim-de-semana com medidas adicionais no país por força da evolução da pandemia da covid-19 volta a preocupar os empresários da restauração e do alojamento em Braga.
Aos microfones da RUM, o diretor geral da Associação Empersarial de Braga (AEBraga), Rui Marques aponta que nestes dois setores a preocupação é “grande” porque o impacto das medidas adicionais é “verdadeiramente dramático”.
No alojamento ou na restauração, “o telefone quando tocava era só para desmarcações em virtude desta obrigatoriedade”, disse referindo-se ao último fim-de-semana. “Está a ter um resultado devastador num período que deveria ser importante para este processo de retoma porque, tradicionalmente, o verão é de maior procura. Infelizmente, não está a ser e estamos inclusivamente a registar quebras muito significativas de faturação comparativamente com o mês homólogo de há dois anos”, especifica Rui Marques.
A Associação Empresarial de Braga antevê uma situação “penosa” que vai “colocar em causa a sustentabilidade de uma parte signitiva destas empresas e do emprego” e apela ao governo que retire as medidas adicionais impostas para os fins-de-semana. “Não tem racionalidade”, nota.
Quanto às possibilidades levantadas pela Câmara Municipal de Braga relativamente ao alargamento de esplanadas para zonas de estacionamento e a colocação de uma unidade móvel de rastreio, são iniciativas elogiadas pela AEBraga, ainda que Rui Marques insista que esse não é o ponto central da questão.
A flexibilidade e preocupação do município “é muito positiva, mas não terá grande edifácia nem resolverá o problema”. Rui Marques lembra que “numa parte significativa dos casos, os estabelecimentos de restauração não têm serviços de esplanada e com as equipas reduzidas não têm capacidade operacional para assegurar o serviço”. Além disto, o problema dos testes “mesmo sendo uma questão interessante, na maior parte dos casos a resistência é fazer o teste e não o custo do teste”, conclui.
