Nino Laisné e Daniel Zapico propõem viagem acústica e visual no Theatro Circo
O Theatro Circo recebe esta sexta-feira, às 21h30, a estreia nacional do espetáculo ‘Arca Ostinata’, a mais recente criação do músico e cinéfilo Nino Laisné. Trata-se de uma ode à teorba, um instrumento de cordas em forma de alaúde, originário do século XVI.
Em entrevista à RUM, Nino Laisné revela que “o espetáculo propõe uma viagem acústica e visual por diferentes épocas, dando aos sons barrocos da teorba uma ressonância contemporânea”. “É como se estivéssemos dentro de um sonho, em que viajamos no tempo e por vários países como Itália, Espanha, Portugal e América Latina”, explica.
Em palco o instrumentista espanhol Daniel Zapico está acompanhado por um cenário “bastante grande de madeira, contruído por carpinteiros, pintores e vários artesões”. “É quase como se fosse uma instalação artística, como se pode ver nos museus de arte contemporânea, que interage com o que o músico está a tocar”, clarifica.
“Podemos ver uma espécie de uma catedral de madeira que se abre pouco a pouco. Nas entranhas do instrumento descobrimos vários objetos, desde arquivos do passado, partituras, ornamentos, pinturas a rosetas”, revela. “É um cenário que se move e que está em constante diálogo com o músico. Há luzes e imagens, mas também sons que reagem ao que está a ser tocado ao vivo”, esclarece. “Trabalhamos também com programadores para alterar o timbre do instrumento para que se pareça não só uma teorba, mas também uma arpa, um contrabaixo e outros instrumentos de cordas dedilhadas”, acrescenta.
O espetáculo conta com um reportório de diferentes séculos e países, nomeadamente de Portugal. “Há peças específicas para a teorba do século barroco, peças da Argentina e também música de Carlos Paredes, de Portugal, que consideramos muito interessante”, finaliza.
