O treinador da equipa de juniores do FC Famalicão considera que “só daqui a dez anos se vai ter a noção da grandeza" do feito alcançado esta época. Os sub-19 do clube minhoto sagraram-se campeões nacionais pela primeira vez na história e, por inerência, vão estrear-se na Youth League, a Liga dos Campeões correspondente a essa faixa etária.

Chegado ao clube no início da época, Vítor Barros - tinha orientado, até abril de 2022, os juniores do Leixões, que desceram à segunda divisão - definiu como objetivo “garantir a manutenção”, confessou no programa RUM(O) Desportivo, emitido esta sexta-feira. Os primeiros oito jogos apontavam para essa luta, com uma vitória, quatro empates e três derrotas. 

No entanto, “à medida que o tempo foi passando e que o trabalho se foi desenvolvendo, a equipa foi crescendo”, tendo assegurado, na última jornada da Zona Norte, a terceira de quatro posições que davam acesso à fase de apuramento do campeão. Nesse caminho de evolução - o  FC Famalicão chegou a estar 17 jogos sem perder -, "o grupo começou a perceber que podia fazer uma história diferente e ser mais ambicioso”.

Na fase decisiva da prova, os minhotos conseguiram nove vitórias, averbaram um empate e perderam quatro desafios, um deles na secretaria. Na oitava jornada, os comandados de Vítor Barros venceram o Estoril Praia, por 0-2, mas acabaram por ser derrotados administrativamente devido à utilização irregular de Luís Sampaio, que, de acordo com a Federação Portuguesa de Futebol, devia ter cumprido castigo nesse jogo.

Também presente no programa, o capitão de equipa admite que houve “frustração” quando se soube da situação, mas enaltece a forma como o plantel "deu a volta”. “Logo a seguir perdermos contra o Braga. No entanto, levantamo-nos outra vez. Acho que é fruto da nossa equipa e da família que conseguimos criar durante a época. Foi um dos momentos-chave para ganhar o título”, assinala.

Desde 2002, ano em que o vencedor foi o Alverca, que não havia um campeão nacional de juniores inédito.

Satisfeito pela equipa ter “entrado na história”, Luís Sampaio destaca a importância de um clube “não grande” como o FC Famalicão alcançar esse feito, referindo que o emblema minhoto está “muito perto” de Benfica, FC Porto e Sporting. "Não temos nada a dever a esses três grandes e isso notou-se esta época", refere o defesa-central, ainda no primeiro ano de júnior, que sonha chegar à equipa principal do clube famalicense.