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Vanessa Batista

Academia 31.01.2023 15H06

UMinho tem uma taxa de abandono global de 11%

Escrito por Vanessa Batista
Dados recolhidos através do "InfoCursos" são referentes a licenciaturas e mestrados, entre os anos de 2019 a 2022.

A Universidade do Minho apresenta taxas de abandono na ordem dos 11%. O dado foi avançado, esta segunda-feira, durante o seminário “Prontidão de carreira e apoio ao sucesso académico no ensino superior", que teve lugar no espaço B-Lounge da Biblioteca Geral do campus de Gualtar.


No global, este é um valor que está a cima da média nacional das instituições de ensino superior públicas. Os dados disponibilizados pelo 'InfoCursos' são relativos aos anos de 2019 a 2022. Contudo, quando analisados os dados em separado, o panorama não é negativo.


Carla Sá, professora auxiliar do Departamento de Economia da UMinho, realça que no caso das licenciaturas a instituição apresenta taxas de abandono a rondar os 6%, uma taxa que está "a baixo da média nacional das universidades públicas". Nos cursos de segundo ciclo (mestrados), os valores são "três vezes superiores", o que prejudica o resultado final. Porém, a investigadora alerta para as várias interpretações que estes dados podem ter. "O estudante pode apenas interromper a matrícula e dois anos depois pedir reingresso para concluir os estudos", explica.


As taxas de abandono mais elevadas são registadas junto de estudantes internacionais, mais de 25 anos e com pais não licenciados. Neste seminário participaram representantes da Universidade de Aveiro que já estão a implementar um sistema de sinalização de risco de abandono. Este tem como base sete indicadores como aprovação de bolsas, propinas, assiduidade, bem-estar, entre outros, que vão ajudar a sinalizar casos de risco, por exemplo, pelos diretores de curso. Uma ferramenta que a UMinho pretende desenvolver em breve.


O pró-reitor para os Assuntos Estudantis e Inovação Pedagógica da UMinho, Manuel João Costa, avança também a intenção de incluir, na análise do Observatório dos Percursos Académicos dos Estudantes da UMinho (ObservatoriUM), os alunos e cursos de terceiro ciclo.


"Nós precisamos de compreender os fatores que estão na origem do sucesso e dos desafios. No Reino Unido há um estudo nacional que se preocupa em, dentro das instituições, perceber em que fase e etapa é que os estudantes estão para alimentar gabinetes de carreira e de apoio", refere à RUM.


Na sessão esteve também uma representante da Fundação José Neves para apresentar o projeto “Brighter Future”. A ideia passa por potenciar competências e informar os jovens sobre mais de 1.800 profissões e 4.500 cursos.


Questionada sobre se as formações nas universidades vão ao encontro das necessidades dos empregadores, Margarida Rodrigues adianta que através da análise de dados conseguem retirar duas conclusões paradoxais.


“Por um lado, os empregadores dizem que têm falta de pessoal, por outro existem jovens desempregados. Ora, isto demonstra um desalinhamento entre aquilo que procuram e o que as universidades estão a formar", afirma.


As razões para esta situação podem estar relacionadas com as escolhas dos estudantes para o seu futuro, ou seja, optarem por áreas de formação com pouca procura no mercado de trabalho ou as competências que estão a adquirir nas instituições de ensino superior ficam "aquém" das procuradas pelos empregadores.


Durante a sessão os investigadores frisaram que a "prontidão na carreira está correlacionada com as atividades extracurriculares". 

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