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Vanessa Batista

Academia 14.01.2021 17H00

CBMA já identificou cerca de 15 espécies não indígenas no norte do país

Escrito por Vanessa Batista
Projeto NIS-DNA está a desenvolver uma ferramenta molecular com o intuito de detetar, de forma mais precoce, a presença de espécies exóticas nos ecossistemas marinhos da costa portuguesa.​

Uma investigação do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Universidade do Minho (CBMA) já identificou entre 12 a 15 espécies não-indígenas só no norte do país. Estes dados são referentes aos meses de Junho/Julho de 2020, uma vez que a pandemia do novo coronavírus tem atrasado os processos de amostragens e catalogação.


O NIS-DNA - Early detection and monitoring of non-indigenous species (NIS) in coastal ecosystems based on high-throughput sequencing tools - é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). 


O CBMA está a desenvolver esta investigação em parceria com o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Universidade de Lisboa, que está a realizar amostragens em marinas junto ao rio Tejo, e com o CIBIO-InBIO da Universidade dos Açores que está a realizar amostragens em portos dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.


Destas 15 espécies exóticas, segundo revela aos microfones do UM I&D a coordenadora Sofia Duarte, já foram identificadas espécies que "ainda não tinham sido reportadas em Portugal", ou seja, são totalmente desconhecidas.


A missão do projeto NIS-DNA passa por através de ferramentas moleculares detetar, cada vez mais cedo, a entrada de espécies não-indígenas no país. Assim sendo, irão conseguir referenciar as espécies mesmo numa fase ainda larval. Isto será possível através do DNA Barcoding, uma técnica que permite identificar as espécies com base em pequenas sequências de ADN, códigos semelhantes aos encontrados nos produtos dos supermercados. No caso do DNA Metabarcoding é possível obter o ADN de um conjunto de espécies que estão no ecossistema.


Todos os anos são referenciadas novas espécies exóticas, atualmente são mais de 180 e a perspetiva é que o número continue a aumentar.


Sofia Duarte, em entrevista à RUM, explica que estas espécies acabam por chegar ao nosso país através das águas de lastro dos barcos. Posteriormente, podem causar problemas nos habitats, visto que algumas alimentam-se de espécies indígenas. Deste modo, acabam por provocar problemas económicos, em especial no setor das pescas.


Em Portugal, as espécies mais problemáticas são sobretudo "algas, invertebrados, briozoários e tunicados".



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