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ELSA MOURA/RUM
Elsa Moura

Regional 30.09.2020 17H01

Trabalhadores da Aptiv exigem aumento salarial e recuperação de direitos

Escrito por Elsa Moura
Protesto desta quarta-feira à porta da empresa juntou mais de uma centena de trabalhadores.
Sérgio Sales, porta-voz do sindicato no protesto desta tarde

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Mais de uma centena de trabalhadores da Aptiv, em Braga, juntou-se em protesto no exterior a empresa ao início da tarde desta quarta-feira para exigir um aumento salarial de 90 euros e progressão nas carreiras, depois da administração recusar sentar-se à mesa para negociar com o sindicato.


Com aproximadamente 800 trabalhadores, a Aptiv esteve quatro meses em lay-off. Agora, os funcionários assinalam que estão a trabalhar a 110% para dar resposta aos pedidos. O sindicato queixa-se de falta de abertura para o diálogo já que os trabalhadores "continuam a acumular reivindicações de vários anos". 


Com a pandemia, a empresa recebeu apoio estatal e colocou os trabalhadores em lay-off ao longo de quatro meses. Desde o regresso, a empresa exige trabalho suplementar e apresentou uma proposta de aumento salarial de nove euros. Os funcionários estão descontentes e exigem mais. "Regressam a trabalhar a 110% e a empresa apresenta uma proposta salarial miserável de trinta e cinco cêntimos por dia", contesta Sérgio Sales, dirigente do SITE-Norte. "É um acumular de frustrações", continua, referindo-se ao facto da empresa ter retirado direitos aos trabalhadores mais novos, como o prémio de antiguidade assim como a carreira profissional, "demasiado extensa e desadequada aos tempos de hoje". "É um trabalho monótono e repetitivo e nada justifica a não ser a insistência da administração", explica. As medidas, refere, retardam a valorização das carreiras e dos salários.


Na Aptiv, o salário dos trabalhadores varia entre o salário mínimo nacional e os 740 euros, o topo de carreira que só é atingido depois de dez anos de casa, denuncia ainda o sindicato.


O sindicato assinala que o resultado dos plenários "é o primeiro sinal do descontentamento acumulado". Nos plenários, os trabalhadores assumiram já o compromisso de dar continuidade à luta, caso a resposta patronal não seja positiva. 


A acção de manifestação decorreu à porta da empresa, junto à administração. Com uma grande adesão, esperam que a administração "olhe para os trabalhadores e perceba que é necessário sentar à mesa com seriedade, e sem jogos". "A bola agora fica do lado de lá", conclui Sérgio Sales.


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