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Catarina Martins

Cultura 25.05.2023 07H00

Theatro Circo acolhe peça que convida o público a "experimentar um momento indescritível"

Escrito por Catarina Martins
‘Onde está o Relâmpago que Vos Lamberá as Vossas Labaredas’ sobe ao palco do Theatro Circo, esta sexta-feira e sábado, pelas 21h30.   
Declarações de Joana von Mayer Trindade e Hugo Calhim Cristóvão.

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‘Onde está o Relâmpago que Vos Lamberá as Vossas Labaredas’ de Hugo Calhim Cristóvão e Joana von Mayer Trindade relaciona a dança com a filosofia. Esta sexta-feira e sábado, pelas 21h30, a peça sobe ao palco do Theatro Circo.


O espetáculo trata a dança como locus/relâmpago paradigmático de heterodoxia em articulação com o livro Zaratustra de Nietzsche, Mitologias e Arte e Escatologia de Eudoro de Souza, o Paradoxal de Agostinho da Silva, a visão de Proença do Eterno Retorno e Heterodoxias de Eduardo Lourenço. 


A RUM esteve à conversa com os dois coreógrafos e, segundo Joana von Mayer Trindade, a criação parte de uma citação do livro de Nietzsche e da 9.ª Sinfonia de Beethoven. Não querendo desvendar demasiado, a artista diz que "há também um conceito de heterodoxia muito presente, ou seja, uma dança que não se reduz a ela própria, mas que joga com paradoxos, com sugestões".


No palco, o público poderá ver uma bailarina e uma atriz. Sobre o processo de criação, Hugo Calhim Cristóvão conta que foi "difícil, mas gratificante". "Uma peça extremamente intensa, bem interpretada e bem dançada", é como o coreógrafo descreve o espetáculo. 


‘Onde está o Relâmpago que Vos Lamberá as Vossas Labaredas’ convida o público a "experimentar um momento indescritível". De acordo com o artista, "a peça tenta transportar a dança para esses espaços e para esses locais que são indescritíveis, que é isso, para nós, no fundo, que a dança deve consistir, ou deve ser, deve ser algo que é indescritível e não capaz de ser reduzível a um discurso, a uma palavra, deve ser algo que nos transporta para um espaço em que o silêncio é preenchido e está cheio de relâmpagos". 


"Estamos a tentar captar uma experiência que seja similar à experiência de compor a 9.ª Sinfonia ou à experiência de escrever o Zaratustra", esclarece. Sobre atuar no Theatro Circo, os coreógrafos dizem que são "sempre muito bem recebidos" e admitem que o "sonho" seria ver a sala bracarense "cheia".

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