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Tiago Barquinha Gonçalves/RUM
Tiago Barquinha

Desporto 18.03.2024 11H07

“Tenho quase a certeza que não voltarei ao ABC enquanto estiverem estes dirigentes”

Escrito por Tiago Barquinha
O treinador Jorge Rito foi despedido em dezembro de 2021.
Jorge Rito no programa RUM(O) Desportivo.

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Jorge Rito não esconde que se sente “bastante magoado” com a forma como saiu do ABC/UMinho. Depois de cerca de 30 anos no clube, divididos por diferentes períodos e escalões, entrevistado no programa RUM(O) Desportivo, o treinador abordou os contornos que rodearam o seu despedimento, em dezembro de 2021.


Atualmente a orientar a seleção de Cabo Verde, considera que o assunto foi tratado com “pouca sensibilidade” por parte dos dirigentes, sobretudo pelo presidente, Carlos Matos, seu antigo jogador e com quem tinha “uma ligação desde que ele era criança”. “No mínimo esperava que tivesse uma conversa comigo e que tivéssemos falado da situação antes da reunião em frente a todos os diretores, em que comunicou a minha saída fria e cruamente”, lamenta.


Quando saiu do clube, à 11ª jornada da temporada 2021/2022, substituído por Filipe Magalhães, que ainda se mantém no cargo, o ABC/UMinho estava no antepenúltimo lugar do campeonato. Jorge Rito admite que era necessário “mudar alguma coisa”, mas, além da forma como o dossiê foi tratado, argumenta que o timing esteve longe de ser o ideal.


A faltarem quatro jogos para a pausa competitiva de um mês e meio, devido ao Europeu 2022, é da opinião de que que seria “mais ou menos de bom senso ter havido uma conversa, no sentido de um ultimato para ver como as coisas corriam”. Depois, explica, “se as coisas não corressem bem, fazia-se a substituição”.



Volte-face nos planos da direção surpreendeu Jorge Rito


Jorge Rito confessa que pensou em sair do ABC/UMinho no início da época em questão por causa do “cansaço” inerente à atividade, que levou a um “desgaste” na relação entre equipa técnica e jogadores. Ainda assim, apesar das “muitas dúvidas”, foi “incentivado" por Carlos Matos a continuar. “Era um momento em que o ABC precisava da minha ajuda e eu aceitei. Passado três ou quatro meses, aconteceu esta decisão, inesperada para mim”, conta.


Destacando a relação e o carinho que mantém com os adeptos academistas, o técnico de 61 anos vinca que nutre “um grande sentimento de gratidão pelo ABC”. “Eu não confundo o ABC com as pessoas que estão à frente do clube”, acrescenta.


Ainda assim, o passado recente fá-lo ter poucas dúvidas sobre um eventual regresso a curto-prazo: “Eu já tenho alguma idade para não dizer nunca, mas posso dizer que tenho quase a certeza absoluta que, enquanto estiverem estes dirigentes à frente do clube, eu não voltarei ao ABC”.


Graças ao despedimento, o treinador colocou o emblema minhoto em tribunal, exigindo uma indemnização, que ainda não foi paga. Contactado pela RUM, Carlos Matos não quis comentar as declarações.

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