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Liliana Oliveira

Academia 12.11.2020 13H03

Região Norte está "num aparente início do achatamento da curva"

Escrito por Liliana Oliveira
Pedro Teixeira, da Escola de Medicina da UMinho, alerta, no entanto, que "dizer que o pico já passou pode condicionar o que acontece a seguir".
 A análise de Pedro Teixeira, investigador em saúde comunitária da UMinho, ao número de casos de Covid-19 no Norte do país

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A região Norte do país poderá estar a entrar num planalto, ou seja poderá confirmar-se uma estabilização do número de casos de Covid-19 detectados diariamente. Quem o diz é o investigador de Saúde Comunitária, da Escola de Medicina da Universidade do Minho, Pedro Teixeira.

Apesar de alguma imprecisão associada aos números e dos comportamentos individuais influenciarem o cenário pandémico que se segue, o docente admite que o Norte "parece estar no início do achatamento da curva". "Parece que estamos a entrar num planalto. É positivo, no sentido em que reforça para a população a ideia de que vale a pena tomarmos todos estes cuidados, porque conseguimos travar o número de contágios", acrescentou. No entanto, alerta o especialista, "ainda estamos muito longe de ter o problema resolvido".


Para Pedro Teixeira, é ainda precoce falar de "eventuais descidas". "Aparentemente, há uma estabilização do crescimento, mas isso nao significa que o problema está a ser resolvido", frisou.


Segundo o epidemiologista, não é possível dizer se a região Norte já terá ultrapassado o pico infeccioso. Pedro Teixeira considera até que "qualquer tentativa de identificar um pico pode ser contraproducente". "Esta é uma realidade dinâmica. Se eu transmitir a ideia de que o pico já passou, o que vai passar à população é a ideia de que já não temos que ter tanto cuidado, já podemos marcar jantares, fazer festas, estar próximos sem usar máscara, e o número vai voltar a aumentar", alertou.


O investigador em saúde comunitária considera que "dizer que o pico já passou pode dar uma falta sensação de segurança e condicionar o que acontece a seguir"


Pedro Teixeira relembrou ainda que as projecções são, apenas, "um indicador do que pode acontecer e tudo o que seja modelado matematicamente é de alguma forma impreciso ou com algum grau de incerteza associado". "O que se comunica à população também tem o potencial de condicionar os comportamentos e alterar a realidade que se está a tentar prever", finalizou.


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