A reabilitação da Escola Frei Caetano Brandão, em Braga, vai acontecer com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), à semelhança de outras escolas que passaram recentemente para a alçada do município. Integradas neste pacote aprovado pelo governo central estão ainda o Conservatório de Música Calouste Gulbenkian e as escolas de Palmeira e Tadim. Por enquanto ainda não está fechado o valor do PRR para estes projetos, mas nalgumas delas, disse hoje Ricardo Rio, estima-se que o investimento supere os 4ME, referindo-se sobretudo à Frei Caetano Brandão que há muitos anos é alvo de queixas por parte de docentes, diretores e encarregados de educação.

O anúncio foi feito hoje pelo presidente da autarquia, após um pedido de esclarecimento por parte da CDU que, em sede de reunião camarária, antes do período da ordem de trabalhos, denunciou mais constrangimentos naquela escola, na semana passada, consequência do mau tempo. "Estamos a elaborar o estudo prévio do qual resultará o projeto que será submetido no contexto da candidatura do PRR", começou por esclarecer o autarca que espera que o aviso em sede de PRR abra "muito em breve". Recorde-se que todas obras com financiamento via PRR terão de ficar concluídas até 2026.

O autarca social democrata sublinha que o arrastar desta intervenção é responsabilidade do governo, ainda que Artur Feio, vereador do Partido Socialista, apresente uma linha de raciocínio diferente nesta matéria. "O município tem obrigação de lançar-se ao problema e resolver e, depois, se tiver que fazer ajuste de contas, fará ajuste de contas, se não tem que assumir estas responsabilidades", considerou o vereador socialista que denuncia que o problema atual da escola Frei Caetano Brandão sempre que chove mais é culpa de uma "obra mal feita", a "inadequação dos caleiros, curtos demais, o que faz com que a água transborde". Diz ainda que há muito que o município recebia um apoio anual do estado central de 20 mil euros para intervenções naquela escola, mas "a verdade é que nada foi feito".  

O vereador da CDU, Vítor Rodrigues critica o governo central, considerando que estas reabilitações deviam ter acontecido através dessa via. "Este é o resultado prático das contas certas do governo. Há um conjunto de escolas em Braga que estão sinalizadas há muito tempo com problemas muito graves e quando chove, estas escolas na prática deixam de ter condições para funcionar e o governo remete para o PRR. O que se exige é que o governo intervenha urgentemente com verbas do orçamento de estado", argumenta.

Os dados ainda não estão fechados, mas em causa estão vários milhões de euros.