Petição em defesa do Museu D. Diogo de Sousa já tem mais de 1200 assinaturas

Mais de 1200 cidadãos já assinaram a petição lançada há poucos dias e que pretende defender a continuidade do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa na esfera nacional, evitando a municipalização anunciada pelo Ministério da Cultura como uma solução válida. O atual presidente do Município de Braga é uma das figuras que se manifesta publicamente contra esta possibilidade e já deixou várias críticas ao ministro Pedro Adão e Silva, acusando-o de ainda não ter encetado qualquer diálogo com a autarquia nesta matéria desde que anunciou a medida cuja entrada em vigor está prevista para o início de 2024.
Na reunião de executivo desta segunda-feira o tema foi levantado pelos vereadores do Partido Socialista, o mesmo que sustenta o atual governo. O executivo Municipal de Braga vai endereçar uma moção ao Governo contra a desclassificação dos museus D. Diogo de Sousa e dos Biscainhos para a esfera municipal.
Entretanto, a petição online conta com um conjunto alargado de figuras ilustres e ligadas à cultura da cidade e do país, nomeadamente a antiga diretora deste Museu, Isabel Silva.
Na referida petição é feita uma menção à história deste Museu de Arqueologia, criado em 1918 e que reúne no seu espólio 21 Miliários romanos classificados como Monumento Nacional.
Sustentando que “o Museu é em si próprio um sítio arqueológico identificado como “Cavalariças” (BRA CVL), estando visitável o correspondente a uma estrutura residencial com dois grandes painéis de mosaico bicromo, datada do século I. Outras estruturas arqueológicas romanas estão preservadas no subsolo, constituindo-se como uma reserva arqueológica que parcialmente já foi alvo de escavação e estudo”.
“O Museu desenvolve a sua atividade no âmbito da preservação, valorização e mediação do património arqueológico regional e nacional, tendo aberto ao público a 29 de junho de 2007, em instalações construídas de raiz, que integram todas as componentes técnicas de apoio à Arqueologia, inventário, reserva, conservação e restauro, apoio à investigação, desenho arqueológico, estúdio e arquivo fotográfico, biblioteca especializada, para além de áreas de exposição, de mediação e de fruição, como loja, cafetaria e jardins.
A estrutura técnica e grande parte dos técnicos das áreas de inventário e conservação e restauro do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa têm os seus fundamentos e formação base no Campo Arqueológico de Braga, cujo 50º Aniversário se celebra em 2026, a partir do qual foi criada a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho e foi revitalizado o MADDS na sua estrutura atual”, pode ler-se ainda no texto da petição.
A Arqueologia Urbana em Portugal teve a sua origem em Braga, em 1976, com a criação do Campo Arqueológico de Braga e a implementação de um conjunto de medidas legislativas que fizeram história na arqueologia portuguesa do pós 25 de Abril. O ‘Projeto de Salvamento de Bracara Augusta’, criado pelo Campo Arqueológico de Braga, constituiu o primeiro projeto de Arqueologia urbana nacional, agregando importantes investigadores portugueses e estrangeiros, mantendo-se em atividade até aos dias de hoje.
Dos vários eixos de atuação desenvolvidos pelo Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, destacamos:
Reserva – Local de Incorporação de espólio arqueológico
O MADDS é um “local de incorporação definitiva de espólio arqueológico” (Regulamento de Trabalhos Arqueológicos), constituindo-se como uma reserva científica de materiais arqueológicos em especial da região Norte, mas também de outros pontos do país.
O Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, acolhe espólios que correspondem às materialidades representativas da ocupação humana de uma grande parcela do território atualmente português, abrangendo uma diacronia muito ampla, que vai desde os primórdios da Pré-História aos nossos dias.
O apoio à investigação é outro dos factos sublinhados no referido texto que pode ser lido aqui na íntegra.
