Regional 23.04.2025 14H17
Oposição acusa autarquia de engavetar projetos "fundamentais" para Guimarães
Em causa está a alteração de projetos indicados para um empréstimo de 20 milhões de euros contraídos pela autarquia.
A oposição vimaranense acusa o presidente do Município de engavetar “projetos fundamentais para alavancar o setor económico do concelho”. Em sede de reunião de Câmara realizada esta terça-feira, Bruno Fernandes, vereador do PSD, afirmou que “não há justificação” para deixar de lado estas iniciativas.
A proposta de alteração de projetos indicados para um empréstimo de 20 milhões de euros contraídos pela autarquia foi aprovada por unanimidade, mas no decorrer da apreciação, Bruno Fernandes apontou que os outros projetos “vão ficar na gaveta”.
O empréstimo seria utilizado para a Academia de Transformação Digital, a expansão do parque industrial de Selho São Lourenço e Penselo, as acessibilidades rodoviárias com implicações na variante de Creixomil, na Rodovia de Covas e nó do Castanheiro, além da expansão do Avepark e do parque industrial da Gandra. Para o social-democrata, “fica claro que a maioria socialista” passa a alocar os valores na requalificação da Escola EB2, 3 de Povidem, por um “baixo grau de maturidade”.
Já o presidente da autarquia, Domingos Bragança, garante que a mudança foi realizada para facilitar o acesso a fundos europeus. Segundo o socialista, o orçamento municipal “não tem capacidade de cabimentar estas obras” e recorda a promessa do Governo que as escolas receberiam “fundos do PRR ou do BEI (Banco Europeu de Investimento)”. Aponta ainda que somente as escolas necessitariam de cerca de 32 milhões de euros, e que o Governo deve financiar em primeira instância as escolas que já estiverem em construção.
Domingos Bragança rebate as críticas e garante que não há nada atrasado e que foi feito apenas uma “revisão do empréstimo”. “Nós estamos a utilizar os instrumentos financeiros para podermos captar fundos europeus”, finaliza.
Durante a reunião, o Relatório e Contas do Município de Guimarães foi aprovado com os votos favoráveis da maioria e os votos contra da oposição, que criticou a maioria socialista por "aumentar o orçamento disponível, sem que essa tendência seja sentida na vida das pessoas”, disse também Ricardo Araújo.