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Vanessa Batista

Academia 13.08.2020 17H00

TECA-PARK. O projecto que vai monitorizar a doença de Parkinson

Escrito por Vanessa Batista
Centro Algoritmi da Universidade do Minho está a desenvolver uma aplicação que vai permitir avaliar a evolução da doença.

O TECA-PARK é um projecto luso-espanhol que vai apoiar processos de reabilitação através de equipamentos utilizados no nosso dia-a-dia, tais como smartphones, tablets e relógios. O estudo está a ser desenvolvido em parceria com as universidades Politécnica de MAdrid e de Oviedo, em Espanha, e o apoio do Hospital Senhora da Oliveira e do Lar de Santa Estefânia, ambos em Guimarães. Na Universidade do Minho está a ser trabalhado no Centro Algoritmi. A investigação é coordenada por Pedro Arezes e Nélson Costa. 


Trata-se de um projecto financiado pelo Centro Internacional sobre o Envelhecimento, ligado ao programa transfronteiriço INTERREG e ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. 


A Universitária, no âmbito do programa UM I&D, conversou com Susana Costa, professora convidada da Escola de Engenharia da UMinho e investigadora do Centro Algoritmi, sobre a investigação.




Qual o papel da UMinho no TECA-PARK?


Segundo a investigadora, o Centro Algoritmi é o responsável pelo desenvolvimento da aplicação que será utilizada para monitorizar a evolução da patologia. O objectivo é que esta app seja simples, visto que esta é uma patologia que afecta pessoas de idade mais avançada. A equipa está, actualmente, a completar os exercícios para "afinar o algoritmo de inteligência artificial".


A ideia é que esta aplicação possa ser utilizada em smartphones, tablets e smartwatches. Equipamentos que já não estranhos à maioria da população e, para além disso, são de fácil utilização. 


Deste modo, os pacientes acabam por estar mais confortáveis, visto que ninguém consegue perceber que estão a ser monitorizados. 




Como vai funcionar a aplicação?


A investigadora explica que a equipa pretende que este seja um processo simples, ou seja, bastará descarregar a aplicação. Cada paciente terá acesso a um kit de estimulação e monitorização que funciona através de estímulos acústicos. 


O kit de estimulação é constituído por um leitor mp3 com auriculares para ouvir, por exemplo, duas vezes ao dia uma estimulação de dez minutos.


O kit de monitorização conta com um relógio inteligente, telemóvel ou tablet, para realizar exercícios bissemanais. Esses suportes recolhem a informação gerada e enviam-na para servidores, onde algoritmos de inteligência artificial relacionam os dados com a evolução dos sintomas do paciente e eventuais melhorias fruto desses estímulos acústicos. 


Na UMinho criou-se ainda uma ferramenta de monitorização do movimento, decisiva para perceber o efeito dos medicamentos na autonomia dos doentes; isto é, traz mais dados para a sua avaliação clínica.




Quais os benefícios desta aplicação?


A aplicação vai permitir ao clínico, que está a acompanhar o paciente, ter acesso a um "historial mais extenso", de modo a "avaliar de forma exata a evolução da doença". Susana Costa frisa que estes dados serão fundamentais para perceber quais os melhores fármacos. 


"Este é um passo importante porque, neste momento, a avaliação baseia-se no estado do paciente no momento da consulta, logo não há um histórico. O que faz com que o médico tenha de perguntar ao doente como se sentiu, e ao cuidador, e acreditar na informação que é partilhada", explica.


De acordo com os resultados já obtidos, os estímulos acústicos acabam por melhorar o estado de espírito dos pacientes e ajudam a diminuir os episódios do congelamento da passada.


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