Ricardo Rio considera que quem lhe suceder deve vender o Estádio Municipal ao SCB e considera que 20Milhões de Euros é um valor razoável depois de todos os encargos que a autarquia teve com aquele estádio. É esse mesmo valor que se estima necessário para a recuperação do 1º Maio cujo projeto está concluído. Em entrevista à RUM e confirmando-se que antes do fim do mandato não conseguirá concluir a venda do estádio municipal, o presidente da autarquia sublinha que não faz sentido que o município tenha dois estádios, nem tão pouco doar o equipamento ao SCB. Revela que o projeto para o 1º de Maio está pronto e antecipa que sejam necessários também cerca de 20ME para potenciar as suas valências que podem, no limite, chegar ao acolhimento de grandes concertos de bandas internacionais.

Nesta grande entrevista à RUM em que faz um balanço dos doze anos enquanto presidente de câmara confessa que "será uma das maiores mágoas" que deixa no percurso enquanto autarca de Braga. "Lamento. Será uma das maiores mágoas que eu deixo. Gostaria de ter criado condições para aquela que era uma das grandes âncoras de desenvolvimento e de vitalidade do centro da cidade ser recuperado e colocado de outra forma ao serviço da população", começa por afirmar. O autarca criticou também o modelo que o SCB apresentou para revitalizar aquele estádio notando que seria "uma destruição criativa do estádio". 

"Se o SCB vender o Banza já tem dinheiro para pagar o estádio"

Recorde-se que o interior do 1º de Maio apresenta várias valências, nomeadamente sedes sociais de coletividas e bandas de garagem. O autarca acredita que além da dimensão desportiva, o estádio "tem todas as condições, para além da dimensão desportiva, de ser um palco de dinâmicas culturais muito importantes para a cidade". "Não podemos trazer cá nem os Coldplay nem os Guns N' Roses porque seguramente não é no Forum Braga que os podemos acolher, nem o Estádio Municipal tem essas condições. No futuro, num contexto de reabilitação, obviamente que poderá ser um ativo muito importante para o desenvolvimento da cidade", antecipou.

Apesar de não ter conseguido lançar o referendo para a venda do estádio municipal e depois de ter colocado no programa eleitoral de 2021 a proposta de venda do Estádio Municipal de Braga saber que não conseguirá concluir este processo, Ricardo Rio recusa liminarmente qualquer ideia de doação do equipamento desportivo ao SCB tal como fez no passado o município de Guimarães ao Vitória SC com o Estádio D. Afonso Henriques.

"Acho que seria uma atitude ofensiva para aquilo que foi o percurso que este estádio representou do ponto de vista das responsabilidades públicas, dos encargos que tiveram que ser suportados. E se é certo que os 20ME ou 15ME nunca iriam comparar-se com os encargos de quase 200ME que o estádio acarretou para o orçamento municipal [dinheiros dos contribuintes bracarenses], também me parece que simbolicamente nunca deveríamos abdicar de uma verba que fosse relevante. Por brincadeira costumo dizer: o SCB se vender o Banza já tem dinheiro para pagar o estádio", atirou.

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