Cultura 13.03.2024 15H47
INDEX regressa a Braga em maio com Ryoji Ikeda e Lawrence Abu Hamdan
De 09 a 19 de maio, em vários espaços da cidade, a Bienal de Arte e Tecnologia apresenta cerca de 50 propostas.
Ryoji Ikeda, Lawrence Abu Hamdan, Superflex, Kode9, Kyriaki Goni, dmstfctn c/ Evita Manji, Jonas Staal e Total Refusal. Estes são alguns dos destaques da segunda edição da Bienal de Arte e Tecnologia INDEX. A programação do evento, que regressa a Braga de 09 a 19 de maio, foi divulgada esta quarta-feira, e conta com cerca de 50 propostas.
Em 2024, a INDEX integra o programa das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e debruça-se sobre o conceito de ‘Coexistência’, procurando "estabelecer relações entre tecnologia, democracia e liberdade". "Poderíamos ser mais literais e diretos e falar apenas sobre democracia e liberdade, que são conceitos muito importantes para nós, mas quisemos encontrar uma ideia que transmitisse na mesma essa importância, mas a partir de um conceito mais lato, que é o conceito de coexistência, que de facto nos remete para formas de respeito, para formas de coabitar estes lugares onde vivemos e como nos organizamos enquanto sociedade", explica Luís Fernandes, diretor artístico da Braga Media Art.
Luís Fernandes fala de um programa "ambicioso" com projetos muito "díspares". "Há trabalhos que falam sobre questões muito políticas, há trabalhos que falam sobre questões ecológicas, há trabalhos que olham para a forma como nos relacionamos com outras espécies", exemplifica.
Bienal de Arte e Tecnologia apresenta quatro eixos temáticos
Através dos eixos programáticos Performance, Pensamento, Exposição e Mediação, a INDEX convida à "exploração da relação entre Arte e Tecnologia". As propostas são da autoria de artistas nacionais e internacionais, alguns emergentes, outros já estabelecidos.
No programa performativo o destaque vai para o japonês Ryoji Ikeda, um "nome incontornável da cena artística mundial" e que virá a Braga apresentar o novo live-set 'Ultratronics'. Synspecies (Elias Merino e Tadej Droljc) com o espetáculo audiovisual 'ASBU' e Kode9 com o projeto 'Escapology' são outros dos nomes confirmados.
Relativamente ao programa expositivo, Luís Fernandes realça a presença de Lawrence Abu Hamdan, vencedor do Turner Prize, que estreia no país 'Air Pressure', conferência-performance que aborda "questões relacionadas com a violação do espaço aéreo Libanês pela força aérea Israelita". "É um artista que tem uma leitura muito incisiva sobre o que é a arte ao serviço de uma ideia de política", complementa.
No que toca às conferências e debates, o destaque vai para a estrutura 'Disruption Network Lab', baseada em Berlim, e que, de acordo com Luís Fernandes, "explora esta ideia de whistleblowers, ou denunciantes, que são pessoas que acabam por ter papéis muito importantes nos avanços que temos enquanto sociedade, mas que por vezes colocam-se a si próprios em risco e ao serviço de algo maior".
No campo expositivo, vários locais da cidade vão acolher trabalhos que "celebram a luta pela igualdade de direitos e liberdades", como 'Empire’s Island', de Jonas Staal, 'Hardly Working', do coletivo de guerrilha media pseudo-marxista Total Refusal, e 'The Future Light Cone', da artista sediada em Atenas, Kyriaki Goni, entre outros.
Bienal de Arte e Tecnologia INDEX decorre em diversos locais da cidade minhota
Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, salienta que o programa vem "consolidar" a estratégia já assumida pela autarquia no que respeita às Media Arts. "Esta Bienal está claramente integrada naquela que foi a estratégia inicial que delineamos, tem também ramificações com outros pilares da nossa estratégia de desenvolvimento cultural, nomeadamente a internacionalização, trazendo a Braga artistas internacionais de relevo nas diferentes áreas de expressão artística, e o entrecruzar de disciplinas e de espaços no desenvolvimento destas atividades", considera, elogiando ainda a escolha de ‘Coexistência’ como o mote para a nova edição por considerar se tratar "de um dos grandes desafios com que nos confrontamos".
Por sua vez, Joana Miranda, coordenadora geral e executiva da Braga Media Arts, fala de um evento "ambicioso" e que "tem ajudado a posicionar Braga nacionalmente, mas também internacionalmente". Joana Miranda faz ainda referência à XVI Conferência Anual da Rede de Cidades Criativas da UNESCO que Braga, a par de Amarante, Barcelos e Santa Maria da Feira, vai acolher em julho. "Todas as cidades criativas vão-se juntar para pensar o futuro das cidades e o futuro da nossa sociedade", aponta.
A segunda edição da Bienal de Arte e Tecnologia INDEX decorre em diversos locais da cidade minhota, como Theatro Circo, gnration, Mosteiro de Tibães, Museu Nogueira da Silva ou Galeria do Paço na Reitoria da Universidade do Minho.
A INDEX é uma iniciativa da Braga Media Arts, no âmbito do plano de ação de Braga enquanto Cidade Criativa da UNESCO para as Media Arts e, este ano, integra o programa das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. O projeto é promovido pela empresa municipal Teatro Circo e conta com o apoio do Município de Braga.
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