Esta quarta-feira o Hospital de Braga mantém-se no nível II do Plano de Contingência, mas a administração admite que se a situação continuar a evoluir à velocidade dos últimos dias, muito rapidamente terá que passar para o nível seguinte.

Com 56 doentes covid-19 internados, parte deles na semana passada e durante o fim-de-semana, tudo depende da evolução de crescimento, mas o presidente do conselho de administração do Hospital de Braga, assume que o número de internamentos aumentou de forma significativa na semana passada e no fim-de-semana.

Com o nível II do plano, existem 65 camas de enfermaria disponíveis para covid, 56 delas ocupadas actualmente, algumas com doentes de Famalicão, Barcelos e Vale do Ave. Já das catorze camas em cuidados intensivos, doze estão ocupadas, disse à RUM João Porfírio de Oliveira. A escalada de internamentos na semana passada e ao longo do fim-de-semana, esta semana já obrigou a algumas "medidas suplementares que não seriam expectáveis, por enquanto", assume. 

Já a fase III do Plano de Contingência do Hospital de Braga em avaliação em função do crescimento, contempla mais camas para doentes covid-19. 

"Vai depender muito da evolução deste crescimento. À medida que vamos tendo a necessidade de abrir camas temos aberto mais camas para doentes covid-19. Na última semana tivemos um crescimento significativo de internamento", revelou. A fase III exige a limitação de actividade assistencial, "a última coisa que o Hospital queria fazer".  

Os procedimentos cirúrgicos serão os primeiros afectados "para vagar mais espaço de internamento". Nesta medida, as cirurgias de ambulatório, que não precisam de internamento, serão "ainda mais privilegiadas".

Até ao momento, o Hospital de Braga não anulou qualquer actividade convencional. 

O bloco operatório continua a trabalhar, assim como a consulta externa planeada. Nesta matéria, o presidente do Conselho de Administração do Hospital de Braga apela aos utentes para que não faltem às consultas programadas, assumindo que o número de faltas aumentou consideravelmente desde a semana passada.

Hospital de Braga está a contratar e a formar profissionais

A equipa de médicos e enfermeiros covid-19 já está "completa", prevendo-se já "algum agravamento". A primeira fase da pandemia, assume João Porfírio de Oliveira, trouxe experiência à preparação e organização das equipas. 

O Hospital de Braga "está a contratar e a formar profissionais" com as direcções de Enfermagem em destaque para as áreas mais complexas face a experiência adquirida.

"Tínhamos que receber doentes de outros hospitais por uma questão de solidariedade"

Nesta altura, o Hospital de Braga é uma das unidades hospitalares do Norte do país menos pressionados com doentes covid-19.

Nas últimas duas semanas recebeu até utentes do Vale do Sousa, o mais pressionado a nível nacional. Ainda assim, nesta altura, em internamento conta também com doentes de Famalicão e Barcelos.

Só do Tâmega e Sousa, o Hospital de Braga recebeu vinte doentes infectados. João Porfírio de Oliveira acredita que a menor pressão em Braga está relacionada com a preparação das equipas e a evolução da própria pandemia no concelho.

"Tínhamos sempre que os receber por uma questão de solidariedade e de tratar os doentes que necessitam. Agora temos ajudado os hospitais mais próximos, com áreas mais pressionadas que Braga", acrescentou. 

Apesar de uma situação aparentemente controlada, o presidente do Conselho de Administração do Hospital de Braga alerta que isto não significa que de um dia para o outro o cenário mude, até porque o número de casos na região praticamente duplicam de semana para semana. 

Por essa razão, João Porfírio de Oliveira reforça o apelo à população para que se proteja e evite contactos desnecessários, seguindo todas as recomendações da DGS.