Guimarães lança Associação Space Hub para diversificar indústria vimaranense

O executivo municipal de Guimarães vai lançar uma nova associação, a Associação Space Hub, apresentando como sócios promotores a UMinho e o CEiia (Centro de Engenharia e Desenvolvimento), ligado à nova economia do espaço e sedeado no Porto. Um dos objetivos é contribuir para a diversificação da indústria vimaranense com enfoque na economia do espaço e de dados. Tudo começou em março de 2024, quando foi apresentado o projeto do Guimarães Space Hub publicamente, e quando se firmou o protocolo entre o Município de Guimarães e o CEiiA.
A proposta foi aprovada por unanimidade, na reunião camarária desta semana, e surge de uma forte colaboração do presidente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, Pedro Arezes, disse esta segunda-feira o presidente do município vimaranense, Domingos Bragança.
Aos jornalistas, o autarca socialista destaca que o curso de engenharia Aeroespacial na UMinho é um “impulso” para toda uma área que deve ser potencializada na região. “Estamos a formar especialistas nesta área e precisamos também de centros de aplicação da ciência nesta área. Conseguimos que um polo do CEiia se sedeasse aqui em Gimarães, e quisémos que esta estratégia fosse integrada na estratégia da Península Ibérica”, começou por argumentar referindo, nomeadamente, o protocolo de colaboração entre Guimarães e Valladolid, recentemente assinado, e que visa promover a colaboração nas áreas relacionadas com a nova economia espacial, com particular relevo para as que se relacionam com a Constelação Atlântico, permitindo criar um eixo importante de colaboração entre as duas cidades e regiões, nomeadamente do Norte de Portugal e de Castela e Leão.
A Associação pretende depois convidar sócios efetivos, nomeadamente empresas privadas e outras instituições de ensino superior e laboratórios de investigação.
“Uma nova economia do espaço em Guimarães”
A nova economia do espaço passa a ser uma das missões da Associação Space Hub. “Esta associação é para criar foco na nova ecomonia do espaço aproveitando tudo, seja para divulgar, seja para elaborar novos projetos, projetos colaborativos com empresas, novas ideias transformadas em projetos”, continua. O autarca socialista sustenta também que esta estratégia visa ainda evitar a saída de investigadores formados em Portugal e que saem para empresas destes setores no Canadá ou EUA.
Do lado da oposição, o vereador do PSD, Ricardo Araújo considera que uma agência para o desenvolvimento económico de Guimarães seria o melhor caminho para renovar as indústrias existentes no território e promover a inovação, atraindo novas empresas. “É fundamental termos uma estrutura com gente qualificada para elaborar uma estratégia perto das empresas e para a implementar no terreno”, sustenta. Sem qualquer oposição à criação desta nova associação, o social democrata, que é candidato do PSD à CMG em 2025, considera que “é preciso apoiar as indústrias tradicionais, captar novas indústrias e apostar em clusters como o Guimarães Space Hub, mas também a área da saúde e outras”.
Vereador Hugo Ribeiro alerta que nova estratégia não pode esquecer indústria que produz em Guimarães
Menos convencido surgiu Hugo Ribeiro, também vereador da coligação Juntos por Guimarães. Notando que nasceu no meio da indústria, avisa que para “um futuro promissor de Guimarães é preciso investir massivamente em indústrias produtivas” temendo que “se perca o rumo”. Para o vereador da oposição, esta aposta pode fazer “perder” o que Guimarães tem “na mão: uma indústria que produz”, mesmo que esteja a enfrentar novos desafios. “Acho que é um erro estratégico. Todas as iniciativas são importantíssimas mas, atenção, isto que caminhe lado a lado com a indústria que nos permite sermos aquilo que somos hoje”, alerta.
O primeiro dos objetivos passa pela instalação de um polo tecnológico dedicado à investigação aeroespacial e do “Centro de Operações do Atlântico”, destinado a operar a Constelação do Atlântico, um conjunto de satélites destinado à monitorização da Terra.
