O Bloco de Esquerda (BE) teve um forte recuo eleitoral no distrito de Braga nas legislativas de 2025. O partido obteve 10.029 votos, equivalentes a 1,84% da votação, contra os 21.388 votos (3,84%) alcançados em 2024. A quebra é de 11.359 votos, longe de qualquer hipótese de eleger um deputado.

Em declarações à RUM, o cabeça de lista Francisco Louçã, que regressou nesta campanha à atividade política, assumiu que esta é "uma derrota para a esquerda" e a título pessoal também. Para o fundador do partido, "o Bloco fez uma campanha séria, consistente, batalhadora, com gente extraordinária. Não teve o apoio popular suficiente para ser eleita”, reconheceu. 

Apesar do resultado, Louçã sublinhou que as causas que motivaram a campanha do BE permanecem. “Sabemos que as rendas continuarão muito altas, haverá um milhão de trabalhadores a trabalhar por turnos, pessoas que têm medo na segurança nas urgências de um hospital." O antigo coordenador partidário reforçou que estas são "batalhas profundas" que "exigem uma esquerda coerente, que dê as mãos entre si.”

“A esquerda não se deve amedrontar, tem de ser ela própria. A quem hoje está com medo, digo que há razões para enormes preocupações, mas também uma certeza: há uma esquerda que vai à luta e o Bloco de Esquerda aí estará”, frisou, concluindo com a convicção de que Mariana Mortágua, coordenadora do BE e única deputada eleita nesta legislatura estará "absolutamente à altura" da liderança do partido. "Não mudamos de opinião em função dos resultados eleitorais", assegurou.

O BE passa a contar apenas com uma deputada na Assembleia da República. Em 2024, eram cinco. 

c/Liliana Oliveira