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Liliana Oliveira

Academia 14.05.2022 12H15

'Covid-19 em Portugal: a estratégia'. "É muito importante que este livro exista"

Escrito por Liliana Oliveira
Livro escrito por especialistas, onde se inclui a docente da UMinho, Felisbela Lopes, foi apresentado, esta sexta-feira, no Largo do Paço, em Braga.

“Mais cedo ou mais tarde, a pandemia acabará. Poderão surgir ondas sazonais, mas disporemos de uma vacina que, de certa forma, nos permitirá ter a infeção sob controlo. Talvez seja difícil, pelo menos para alguns, regressar ao “velho” normal. Em nós, permanecerá a noção clara de que outra pandemia ou crise global poderão subitamente surgir”. Começa assim, uma obra, assinada por seis autores, entre eles a professora da Universidade do Minho, Felisbela Lopes. Chama-se “Covid-19 em Portugal: a estratégia” e foi apresentada esta sexta-feira, na Reitoria da UMinho, na presença do primeiro-ministro, António Costa, e da ministra da Saúde, Marta Temido.

O livro foi escrito a sete mãos e, para além das da docente da UMinho, conta ainda com a colaboração de Raquel Duarte, Filipe Alves, Ana Aguiar, Hugo Monteiro, Marta Pinto e Óscar Felgueiras.



“O diálogo entre a política e a ciência é fulcral”


São pouco mais de 200 páginas, que relatam e analisam os últimos dois anos. Felisbela Lopes fala do “testemunho de um trabalho marcante”. A obra, dividida em três partes, começa por dar a conhecer os “Retratos do primeiro ano da pandemia”. Segue-se um capítulo dedicado aos “Caminhos para uma nova estratégia”. “A apresentação que fazíamos no Infarmed e os sucessivos relatórios tinham como base uma complexa metodologia que procurava analisar múltiplas variantes e elaborar uma proposta sistémica que atendesse às várias componentes do quotidiano”, afirmou a docente da academia minhota.

“Desconfinar, travar, libertar: propostas, decisões e contextos” apresenta ainda “as lições da pandemia, que constituem uma base para pensar o futuro”.

Felisbela Lopes fala ainda de “um novo tempo” e de “novos diálogos”. “O diálogo entre a política e a ciência é fulcral”, frisou. A docente acredita que as propostas deste grupo de especialistas “ajudaram a tomar decisões políticas”.


“É muito importante que este livro exista e esta memória fique"


A ideia é corroborada por António Costa, que, no Largo do Paço, referiu que “aquilo que dá conforto à decisão dos políticos é ouvir os especialistas”.

Ao longo de dois anos, realizaram-se, a propósito da pandemia, 128 conselhos de ministros, 200 resoluções, decretos e decretos-lei. Foram promovidas 85 conferências de imprensa e António Costa e Mariana Vieira da Silva falaram, no total, 65 horas.

“É muito importante que este livro exista e esta memória fique, porque é muito provável que, com o tal processo de alteração que o mundo está a passar, se torne mais frequente a existência de situações pandémicas no mundo. É importante manter essa memoria viva”, afirmou o chefe do Governo.

Para Costa, “estes dois anos foram da maioria importância para a democratização da ciência”. “Nunca como nestes dois anos o cidadão compreendeu a importância de investir e do trabalho científico. Pudemos ver o custo de não haver ainda o conhecimento e as vantagens que fomos adquirindo com o avanço do conhecimento científico”, realçou.


"O caminho fez-se com todos"


O Reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, evidenciou “a grande satisfação” por ver a UMinho Editora acolher esta publicação, por representar “uma materialização de um projeto partilhado com a Fundação Mestre Casais”. “A UMinho define-se como Universidade aberta em permanente interação com entidades externas e abundam exemplos de colaboração entre a Universidade e entidades do tecido económico”, afirmou ainda. 


Dos relatórios de mais de cem páginas para as reuniões do Infarmed, a importância da comunicação e a precisão da mensagem transmitida foram aspetos focados pelos autores, que revelaram ainda que na base das propostas estiveram inúmeros inquéritos a especialistas, mas também à própria população. "O caminho fez-se com todos e se o país conseguiu controlar o vírus deve-se aos decisores políticos, aos especialistas e acima de tudo aos cidadãos", frisou Felisbela Lopes.


Pode descarregar, gratuitamente, o livro aqui.

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