O primeiro-ministro, António Costa, admitiu, esta sexta-feira, na apresentação do livro "Covid-19 em Portugal: a estratégia”, que a decisão mais difícil de tomar foi o encerramento das escolas. O chefe do Governo não escondeu que "as medidas não foram sempre coerentes", mas garantiu que "procuraram ter um racional e esse racional no essencial a população percebeu sempre”. A título de exemplo, Costa referiu que antes do anúncio oficial por parte do Governo, já alguns pais tinham decidido não mandar os filhos para as aulas. Também no que toca ao uso de máscara, o primeiro-ministro relembra que muitos cidadãos já as usavam nos espaços públicos. 

"Temos uma dívida para com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os seus profissionais, uma dívida para com os cientistas que deram o melhor do seu saber, mas a chave de tudo foi o comportamento dos cidadãos, que frequentemente se anteciparam nas decisões do próprio Governo", acrescentou. 

O encerramento das escolas foi a decisão que mais dores de cabeça causou ao primeiro-ministro, desde logo, explicou, "porque foi a primeira". "A primeira em que estivemos confrontados com a dificuldade de ter de decidir sabendo que não teríamos um suporte inquestionável para essa decisão”, afirmou. 

Para António Costa, "a descoberta da vacina foi fundamental”. Ainda assim, o primeiro-ministro não deseja "voltar a gerir uma pandemia", ainda que considera que outras se possam seguir.