Regional 26.09.2023 11H32
CMB disponibiliza 40 mil euros para adquirir bicicletas. Braga Ciclável sugere novas apostas
Nos próximos cinco dias será lançado o formulário de candidatura. Braga Ciclável sugere comparticipação por km pedalado.
O Município de Braga vai disponibilizar uma verba de 40 mil euros para apoiar os munícipes e micro e pequenas empresas a adquirir bicicletas. A comparticipação máxima será de 200 euros para bicicletas urbanas convencionais, elétricas, adaptadas e acessórios ou 1.500 para bicicletas de carga. De fora ficam bicicletas para uso desportivo, trotinetes e velocípedes de outro tipo.
A medida foi aprovada durante a Semana Europeia da Mobilidade, na última Assembleia Municipal. O documento seguiu esta segunda-feira para publicação em Diário da República. Nos próximos cinco dias será lançado o formulário de candidatura.
Olhamos para um caso concreto: uma bicicleta elétrica de 800 euros. Neste caso, 50% do valor de aquisição corresponde a 400 euros, porém, o Município de Braga apresenta um teto máximo de 200 euros, logo será esse o valor a atribuir.
Cada cidadão poderá, de acordo com a vereadora com o pelouro da Mobilidade, Olga Pereira, concorrer uma vez, exceto os representantes legais de menores que poderão acumular o pedido em nome próprio e em representação do menor. Já as empresas podem beneficiar de apoio até ao máximo de três bicicletas. Este apoio não é acumulável.
Este apoio consta do Plano de Atividades do Município de Braga para 2023, logo, para a vereadora este é o cumprir de um compromisso feito para com os bracarenses. Olga Pereira espera que esta medida venha contribuir para o aumento do "número de pessoas a optar pela bicicleta no dia-a-dia", assim como do seu "conforto" durante as viagens, visto que também estão elegíveis acessórios.
O programa estará disponível durante um ano ou até ser atingido o limite da verba disponibilizada. Pode consultar o regulamento aqui.
Braga Ciclável congratula iniciativa, mas sugere que apoio possa ser acumulado com Fundo Ambiental.
Para o presidente da Associação Braga Ciclável, Mário Meireles, a iniciativa é de “louvar”, contudo, considera que seria preferível uma comparticipação por km pedalado, um modelo já utilizado em países como França ou Bélgica.
"No caso das bicicletas de carga o valor máximo de comparticipação são 1.500 euros. Ora, estas bicicletas se forem elétricas custam entre 6 a 8 mil euros, ou seja, este apoio poderá chegar apenas a quatro pessoas", alerta. Para a associação, uma ajuda mais significativa seria se este apoio pudesse ser acumulado com o Fundo Ambiental como acontece em Lisboa.
A falta de infraestruturas interligadas e a questão de insegurança relatada por vários bracarenses são outros fatores apontados por Mário Meireles que não acredita que esta medida, de forma isolada, vá contribuir para um aumento do uso deste meio de transporte suave.
"Acredito que possa ajudar na compra, mas as pessoas que têm medo não vão a correr comprar uma bicicleta para aproveitar o apoio", refere. "Não há uma rede ciclável. As intervenções na Rua António de Mariz foram em apenas 150 metros, na Avenida da Liberdade não resolveram a falta de ligação à ciclovia do Rio Este. Além disso, a Ecovia está saturada e a médio prazo poderá passar a ser completamente pedonal, pois está saturada", avança.
Mário Meireles lamenta ainda que Braga tenha apenas 10 quilómetros de vias cicláveis, a contar apenas num sentido, quando foram prometidos 80 quilómetros até 2025.