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Liliana Oliveira

Regional 24.09.2024 08H34

Câmara de Braga já participou ao Ministério Público corte ilegal de árvores nas Sete Fontes

Escrito por Liliana Oliveira
PS e CDU acusam CMB de deixar Sete Fontes ao abandono e de não concretizar o parque eco monumental. João Rodrigues fala de "ignorância" e  revela que já "foi assinado o primeiro alvará de loteamento, que permite a cedência de seis hectares para a parte do parque que vai ficar na propriedade do município”. 
Declarações de Artur Feio, do PS, Vítor Rodrigues, da CDU, e do vereador João Rodrigues

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A Câmara de Braga já participou ao Ministério Público o corte de árvores ilegal que ocorreu no Parque das Sete Fontes, na semana passada.

O assunto foi abordado na reunião do executivo esta segunda-feira, pelos partidos da oposição.

Recordo que, na sexta-feira, foram abatidas árvores autóctones numa parcela de terreno, nas Sete Fontes, sem conhecimento e autorização do município, algo que se exige por se tratar de uma zona classificada.


“No próprio regulamento do Plano Urbanístico constam muitas normas relativas ao arvoredo e à vegetação existente e eu não tenho dúvida nenhuma de que aquilo que foi feito viola o que está previsto neste plano”, começou por afirmar o vereador João Rodrigues, que tutela o planeamento e ordenamento do território. O responsável garante que mal se soube do “abate de árvores ilegal”, ele próprio comunicou ao Ministério Público, “através dos serviços municipais”. “Nós despoletamos todos os procedimentos, quer com a divisão de fiscalização, quer com as forças policiais e a prática dos atos cessaram. É de lamentar e vamos estar muito atentos, no futuro, sobre este tipo de corte de vegetação”, acrescentou.


O vereador do Partido Socialista, Artur Feio, considera que o município deve ter “um contacto privilegiado com os proprietários, a sensibilizá-los para a necessidade de limpar, não destruindo naturalmente a mata”, mas reconhece que, “aparentemente, houve um abuso e de uma limpeza passou a um abate”, sendo que, “naturalmente, o município fez aquilo que podia e deveria fazer”. “Aquilo que nós percebemos é que o município não está preocupado em reflorestar desde já tudo aquilo que foi abatido, porque vemos aqui o município muito preocupado com a questão das multas, com a questão da parte mais legal e essa, aos tribunais diz respeito”, atirou o socialista.


A reflorestação daquele espaço preocupa também o vereador da CDU. Vítor Rodrigues defende que “o mínimo que se pode fazer é intentar a ação judicial e repor aquilo que lá estava na medida do possível”. “As necessidades da cidade em termos de arvoredo devem ser salvaguardadas e, por outro lado, continuamos a achar que é vital a construção do parque com os 30 hectares multifuncionais, que não é suficiente inclusive na nossa opinião”, finalizou.

João Rodrigues garantiu, à RUM, que o espaço será reflorestado, de acordo com o regulamento rigoroso do Plano Urbanístico do Parque das Sete Fontes.


PS e CDU acusam CMB de deixar Sete Fontes ao abandono


O PS não acredita que o parque eco monumental das Sete Fontes seja concretizado até ao final do mandato. Os partidos da oposição acusaram, ontem, o executivo de deixar o espaço ao abandono.

João Rodrigues, da coligação, recusa as críticas e lembra que nos últimos três anos foram dados passos importantes na concretização do Parque, com o voto favorável de todas as forças políticas.


Na reunião de Câmara desta segunda-feira, o vereador socialista Artur Feio lamentou que esta seja mais uma promessa eleitoral da Coligação Juntos por Braga que ficará por cumprir:

“Todos percebemos que as Sete Fontes não existem e não irão existir neste mandato. Independentemente de se terem dado passos e se terem feito vários avanços, a concretização efetiva deste parque não vai acontecer”, disse o vereador socialista.

Artur Feio manifestou ainda inquietação com a segurança e a limpeza do local, uma preocupação partilhada pelo vereador da CDU, Vítor Rodrigues, que diz que o município devia “cuidar da manutenção do espaço um pouco melhor”. “Está à espera que a obra avance, só que ela nunca mais avança”, lamentou o comunista.


João Rodrigues, vereador que tutela o planeamento e ordenamento do território, refuta as críticas, afirmando que “há uma ignorância muito grande acerca daquilo que é o plano de urbanização das Sete Fontes”.

“O plano de urbanização é, naturalmente, um processo que se desenrola através da negociação e que, portanto, leva tempo. Temos dado esses passos, aprovando e delimitando a primeira unidade de execução, a segunda, a terceira, a quarta”, atirou. 


O social democrata revela ainda que foram terminados “processos judiciais que corriam há vários anos e que vinham a inquinar o processo” e que o executivo camarário está “em negociações muito avançadas com o Hospital para a cedência de uma grande área”, sendo que está também “em condição de avançar com a aprovação de uma série delas nos próximos meses”. “Na semana passada, foi assinado o primeiro alvará de loteamento, que permite a cedência de seis hectares para a parte do parque, que vai ficar na propriedade do município”, revelou. 

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