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Elsa Moura

Academia 11.06.2024 11H08

"Calar é consentir". Docentes e investigadores exigem à UMinho posição sobre genocídio em Gaza

Escrito por Elsa Moura
Falam em "vergonha alheia" perante silêncio da UMinho. Carta enviada hoje com caráter de urgência à reitoria e ao Conselho Geral é assinada por 81 professores e investigadores.

81 docentes e investigadores da Universidade do Minho subscreveram um manifesto enviado hoje com caráter de urgência à reitoria e ao Conselho Geral da Universidade do Minho exigindo que a instituição tome uma posição “inequívoca e substantiva sobre o genocídio em Gaza”.


Estes mesmos docentes e investigadores alertam que “calar é consentir”. Na carta hoje enviada aos órgãos de governo da academia minhota, este conjunto de elementos da instituição assinala que "o terror progride em Gaza" com mais de 37 mil mortos, dos quais 20 mil crianças e 70% das estruturas civis destruídas. "A fome e a sede usadas como armas de guerra. Simultaneamente, a arbitrariedade e a violência acentuam-se de forma intolerável nos territórios ocupados de toda a Palestina", escrevem.

Com estes abaixo-assinados, os docentes e investigadores da academia minhota pretendem "manifestar-se solidários e próximos dos muitos milhares de vítimas do genocídio em curso".


Congratulam-se com as posições "desassombradas assumidas por estudantes em todo o mundo e, também, no nosso país e na nossa Universidade". "São as suas vozes que, no meio de um ensurdecedor silêncio, e por vezes enfrentando a agressão policial, se têm erguido contra a metódica destruição de Gaza e a violência extrema que há décadas se exerce sobre a Palestina", continuam.


"Temos vergonha alheia deste silêncio"


Neste abaixo-assinado exigem que a UMinho "assuma uma posição pública e inequívoca contra o genocídio em curso, como no passado fez sobre a invasão da Ucrânia de uma forma cuja celeridade e assertividade contrastam inexplicavelmente com o silêncio que até agora manteve sobre a tragédia da Palestina". "Temos vergonha alheia desse silêncio", admitem.


Estes docentes e investigadores pretendem que a UMinho "suspenda toda a cooperação com o Estado de Israel e com todas as empresas e instituições académicas israelitas, que, de qualquer forma, contribuam para a

ocupação, o terror e a violação grosseira do direito humanitário internacional".


Os 81 subscritores sugerem ainda que a UMinho coopere com as instituições de ensino, investigação e

cultura palestinianas --- universidades, museus, escolas, bibliotecas, muitas já completamente destruídas, "contribuindo para a sua preservação e reconstrução, assim como para acolher estudantes palestinianos que aqui procurem refúgio".


Por fim, a UMinho não deverá em nenhum lugar dos campi nem em nenhuma cerimónia académica exibir a bandeira ou qualquer outra insígnia do agressor ou "pactuar com o muro de silêncio que insidiosamente se ergue sobre o genocídio, mas antes exerça toda a sua capacidade de influência para exigir um cessar-fogo imediato, incondicional e definitivo".


Em atualização


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