A distrital de Braga do Bloco de Esquerda volta a colocar-se ao lado dos trabalhadores do Hospital de Braga contra o anúncio de um eventual regresso do modelo de PPP ao Hospital de Braga. Os bloquistas consideram que o governo da AD quis "condicionar um próximo governo" sobre esta matéria ao aprovar, a poucos dias de cair, uma opção "ideológica" que, por sinal, não constava no programa eleitoral da Aliança Democrática quando no ano passado se submeteu a sufrágio. "É uma opção ideológica, uma pressa tática de um governo prestes a cair e agarrar o futuro", disse à imprensa local Ricardo Pereira, à porta do hospital, esta quarta-feira. "Este momento político atual deveria obrigar o primeiro ministro a ter mais cuidados na gestão destas matérias, até nós fomos surpreendidos por esta pressa", afiançou o bloquista.

Além da questão do regresso da PPP, o BE questiona também "a troca do conselho de administração" na véspera de o governo cair.

A reunião com a comissão de trabalhadores evidencia que os mesmos não pretendem o regresso ao modelo que foi na altura, e durante dez anos, liderado pelo grupo Mello Saúde. Os bloquistas vincam que a região "está melhor servida". "O Hospital desde que voltou à esfera pública melhorou, há mais consultas, há mais tratamentos, há mais cirurgias, incluindo os tratamentos menos lucrativos, mais caros", explica.

Em pré-campanha, o BE atira a bola para o Partido Socialista (PS) e pretende que o partido de Pedro Nuno Santos clarifique a sua posição sobre este dossier. "Queremos perceber a posição do PS sobre esta matéria, declarando desde já que o BE, tal como os trabalhadores e utentes, defendemos um serviço público gratuito, universal, sem preocupação com o lucro. Só na esfera pública estes desígnios podem ser defendidos", avisa.