Alunos de Medicina da UMinho mantêm prática clínica; Interdição abrange outras áreas do país

Nenhum estudante de Medicina da Universidade do Minho está impedido de frequentar a prática clínica nos hospitais. A garantia é dada pelo presidente da escola da academia minhota.
Em causa está o comunicado do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP), que alerta para o facto de algumas administrações hospitalares recusarem acolher estudantes de Medicina devido à actual situação pandémica. Contactado pela RUM, Nuno Sousa esclarece que a situação acontece em várias zonas do país, “mas não em hospitais da região, sejam os nucleares ou os afiliados à Escola de Medicina (EM) da Universidade do Minho”.
O presidente da EM é um dos signatários do comunicado elaborado pelo CEMP, que congrega as oito escolas médicas do país. O responsável da academia minhota considera “errada” esta tomada de posição, destacando que essa prática é “fundamental para alunos que dentro de um, dois, três anos serão médicos e vão estar a servir o país e os cidadãos”.
Além disso, refere que “a evidência científica reflete que o número de infectados nas escolas médicas está muito abaixo da média nacional, o que mostra que os planos de contigência estão a ser cumpridos”.
Não colocando de parte a possibilidade da tomada de posição do CEMP ser alterada no futuro consoante a evolução da pandemia, Nuno Sousa não compreende, ao dia de hoje, esta decisão, referindo que os conselhos de administração que vedam a presença dos estudantes “não se encontram debaixo de grande pressão sanitária”.
“Outros hospitais, noutras áreas do país em que a pressão até é maior, mantêm as portas abertas para a formação de estudantes na área da saúde. Em alguns casos está até a ser pedida a participação de alunos em actividades clínicas”, acrescenta.
Lembrando que esta situação afecta sobretudo estudantes do 4º, 5º e 6º anos de Medicina, mas também alunos de outros cursos, Nuno Sousa espera que as administrações “revertam a decisão, seguindo o exemplo do que fez o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra”.
Diferente tratamento na vacinação da gripe sazonal afecta alunos da UMinho
Outra das preocupações expressas pelo CEMP está relacionada com a gripe sazonal. De acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde, no que diz respeito à vacinação, os estudantes de Medicina são equiparados aos profissionais de saúde, um dos grupos prioritários.
No entanto, Nuno Sousa revela que isso “não está a acontecer em várias administrações regionais de saúde, incluindo na do Norte”, prejudicando, por isso, os alunos da Universidade do Minho.
“O que estamos a verificar é entendimentos distintos nas diferentes administrações regionais de saúde do país quanto à aplicação da norma”, refere, explicando que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo já avançou com esse proceso.
O presidente da Escola de Medicina, tal como os seus colegas, pede que haja “uma clarificação sobre a operacionalização da norma, especificando onde estão as vacinas e onde é que os estudantes podem fazer a respectiva administração”.
