A ACB vai passar a designar-se Associação Empresarial de Braga (AEBraga). O anúncio foi feito esta quarta-feira, mas o processo estava em discussão desde 2019. A proposta será entretanto apresentada e votada em sede de Assembleia Geral.

Prestes a assinalar 158 anos de história “ao serviço da comunidade empresarial, do desenvolvimento da região e do país”, a ACB pretende “acompanhar as mudanças, renunciando a uma visão imobilista da realidade atual, respondendo aos novos desafios”, disse Domingos Macedo Barbosa em conferência de imprensa perante os elementos representantes dos diferentes órgãos sociais.

Uma decisão que resulta de “um amplo debate interno” e que “respeita o legado histórico” dos milhares de empresários que mantiveram ao longo de todo este tempo bem viva a chama do importante papel que o associativismo e cooperação desempenharam na economia e na sociedade”, sublinha.

Domingos Macedo Barbosa reitera que “as mudanças no mundo empresarial levam a que a ACB sinta que cada vez mais tem de ser a voz representativa de todos os empresários da região, sejam do comércio, da indústria, da construção, do setor automóvel, do setor agroalimentar, do turismo, dos serviços, etc”.

“Mudar, crescer e abarcar todas as empresas” é a nova missão.

A direção admite que os órgãos sociais só não avançaram mais cedo devido à pandemia. Para o futuro próximo, Domingos Macedo Barbosa admite “um vasto conjunto de modificações com impacto para a região e para os empresários, alargando e reforçando a estrutura dirigente e profissional para responder às múltiplas necessidades dos vários setores da atividade económica”.

A direção já prepara a “criação de novas parcerias estratégicas com entidades da envolvente empresarial, universidades, institutos politécnicos, centros tecnológicos, associações setoriais e redes de cooperação empresarial a nível nacional e internacional”.

Os estatutos da ACB foram entretanto alterados e a Associação Empresarial de Braga vai também avançar para a criação de um Conselho Estratégico com representantes de vários setores.

Após o discurso e em declarações à imprensa, Domingos Macedo Barbosa assumiu que a extinção da AIMinho foi determinante para este passo. “A ACB tinha ao seu lado uma instituição muito representativa de setores de atividade que não estavam na nossa instituição e que de um momento para o outro ficaram representação. Havia aqui um mal-estar entre muitos empresários que gostariam de ver uma designação mais integradora”, explicou.

Domingos Macedo Barbosa acredita que a voz dos empresários de Braga vai chegar mais longe com esta nova abordagem. “Quem quiser ser associado da AEBraga é bem acolhida porque todos juntos seremos muito mais fortes, teremos uma voz muito mais ativa, muito mais musculada. Fazia falta a Braga essa representação”, acrescenta.

"Não é o fim da ACB, é uma mudança e um ato de coragem, um momento de força e agregação" - Pedro Fraga

Pedro Fraga, presidente da Mesa da Assembleia Geral sustenta que a mudança hoje anunciada “foi profundamente maturada desde 2019”, realçando o momento “de força e de agregação” que é de “mudança e não do fim da ACB”. Acrescenta que é também um momento de “coragem” por parte dos órgãos sociais até porque “não é fácil abordar uma história de 158 anos”. 

“Há muitos anos Braga e a região seriam a quarta ou a quinta cidade do país, hoje Braga será tendencialmente a segunda cidade do país”, notou aquele empresário.

Ao cabo de 158 anos de história enquanto Associação Comercial de Braga, a entidade vai mudar a sua designação para incluir todos os setores e não apenas o comércio, turismo e serviços.