Academia 23.02.2021 13H27
70% do corpo docente da UMinho tem mais de 50 anos
Conclusão do relatório “Corpo docente da Universidade do Minho: caraterização, demografia e estratégia de rejuvenescimento”, que foi apresentado em reunião do Conselho Geral, esta segunda-feira.
70% do corpo docente da Universidade do Minho tem mais de 50 anos. Esta é a conclusão do relatório “Corpo docente da Universidade do Minho: caraterização, demografia e estratégia de rejuvenescimento”, que foi apresentado em reunião do Conselho Geral, esta segunda-feira, pela professora Emília Araújo, do Instituto de Ciências Sociais da UMinho.
Nos próximos 5 a 10 anos é previsível que a instituição comece a sentir algumas dificuldades, uma vez que ao longo dos últimos anos o número de docentes aposentados tem sido superior ao de contratações.
Atualmente, a UMinho não conta com nenhum docente de carreira com menos de 30 anos. Entre os 30 e os 39 anos são apenas 13.
Para fazer face a esta problemática, que não é exclusiva da UMinho, a equipa responsável pelo estudo apresentou três eixos estratégicos que passam pelo desenho institucional, oferta educativa e contributo das áreas científicas; gestão de diversidade geracional; e recrutamento, promoção e seleção.
O reitor da instituição de ensino superior minhota frisa que este é o resultado de anos de "políticas públicas" que foram determinantes para os constrangimentos que operam hoje, nas academias portuguesas, nomeadamente, sobre os processos de recrutamento.
Uma situação que, de acordo com o reitor, pode ter "impactos fortemente lesivos no projeto da instituição". Rui Vieira de Castro alerta que não será possível continuar a adiar a contratação de novos docentes, caso contrário será colocada em causa a transferência de conhecimento intergeracional e, sobretudo, a UMinho poderá habilitar-se a "perder em determinadas áreas científicas capacidade de resposta ao nível dos projetos de ensino".
No entanto, o responsável máximo da UMinho avisa que esta é uma opção que tem custos avultados para a academia.
Durante a sessão, o professor auxiliar na Escola de Direito da Universidade do Minho, Joaquim Rocha, sugeriu a criação de "estruturas de acompanhamento" para os docentes que vão cessar os seus vínculos com a universidade. Esta seria, a seu entender, uma forma de reconhecer nesses docentes "utilidade social", uma vez que iriam continuar a fazer parte da UMinho. Em suma, seria fomentado um "sentimento de utilidade para toda a coletividade", afirma.
Uma posição que mereceu o apoio do presidente do Conselho Geral, Luís Valente de Oliveira, que desafiou o reitor a desenvolver a ideia junto do corpo docente.
Joaquim Rocha voltou ainda a trazer para discussão a premência de discutir a criação de creches dentro dos campi da UMinho.