Neves, Granja e Cruz com opiniões distintas sobre descentralização do S.João

Os comentadores do programa de debate político da RUM, Praça do Município, têm opiniões distintas quanto à descentralização das celebrações do São João de Braga, devido à obra que decorre na Avenida da Liberdade.
Se Carlos Neves e João Granja consideram que pode ser positivo testar novos espaços, Jorge Cruz lamenta que se ponha em causa a tradição associada ao Parque da Ponte.
“É óbvio que este ano as festas de São João ficam marcadas com as obras na Avenida de Liberdade, que impactam, naturalmente, com um espaço importante da realização de uma boa parte das iniciativas, sobretudo das de cariz mais popular e, portanto, de maior concentração de pessoas, que é na zona do parque de São João da Ponte. Isso não quer dizer que as festas de São João deste ano fiquem prejudicadas ou tenham que ficar menos boas”, começou por dizer Carlos Neves. O comentador considera esta uma oportunidade “a deslocalização de um conjunto de iniciativas para o centro da cidade”. “É uma experiência que também pode resultar bem e pode ser um bom ensaio de como nós podemos planear a festa não só no espaço habitual mas noutros espaços que a cidade tem”, frisou.
Jorge Cruz não concorda com esta visão e considera que o município devia ter retardado a obra junto ao Parque da Ponte para que a tradição se mantivesse.
“Acho que é uma perda, designadamente na tradição, não se fazer o São João lá em baixo (no Parque da Ponte). Estou em total desacordo quando se põe a hipótese de a experiência resultar de tal maneira que se possa, no futuro, criar uma nova centralidade para o São João”, criticou Cruz, para quem “valeria a pena ter feito o esforço de atrasar um pouco as obras para manter a tradição” no lugar original.
João Granja lembra que a Câmara não podia atrasar a obra “para se cumprirem os prazos e para se poderem aceder aos fundos comunitários”, uma vez que “há um conjunto de regras que são bastante rígidas e o município entendeu que não havia folga para poder atirar as obras para depois do São João”. “Naturalmente, vai ter um preço elevado, porque as pessoas não podem usufruir do espaço de São João da Ponte, como é tradição, mas eu acho que a Câmara esteve bem quando tentou criar aqui alternativas”, afirmou Granja.
O comentador não concorda com a ideia de que as “festas, tal como elas sempre foram, correm o risco de se descaracterizarem, pelo facto de alguns dos eventos virem cá para cima”. “Eu acho que não há esse risco, não faz sentido, isto é uma espécie de dramalhão”, finalizou.
O programa de debate político da RUM, Praça do Município, pode voltar a ser ouvido esta segunda-feira, depois das 20h00, em podcast, em rum.pt.
