Negociação salarial só depois da votação do OE. CGTP fala em “embuste”

O líder da CGTP pede ao Governo que reconsidere a data proposta para negociar o aumento dos salários com os sindicatos da função pública.  No encerramento do 12º Congresso da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública, que decorreu no Forum Braga, Arménio Carlos apelidou, esta sexta-feira, de um “embuste” e de uma “tentativa de manipulação” o facto de as conversações acontecerem a 10 de Fevereiro, quatro dias depois da aprovação do Orçamento do Estado (OE) para este ano, na sede de especialidade.

Alexandra Leitão, ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, admitiu a possibilidade de rever em alta o aumento de 0,3% na função pública, através da reabertura da ronda negocial com os sindicatos. A propósito da data proposta, o sindicalista questiona a “eficácia” que a discussão terá. “Quatro dias depois da aprovação do OE, o que é que a gente vai discutir? Isso não se faz”.


Nesse sentido, Arménio Carlos apela ao primeiro-ministro para que “intervenha e estabeleça o bom senso em relação à proposta apresentada pela ministra e que chame os sindicatos antes de 6 de Fevereiro”. “Se assim não for, estamos perante uma subversão, uma manipulação e um embuste”, acrescenta.

Sobre a estratégia utilizada, o líder sindical afirma que a negociação acontece depois da aprovação do OE para que o Governo “eventualmente avance com um valor que vai tentar assumir como definitivo”, considerando que esse método “não corresponde ao princípio do respeito pelo direito de negociação, que é ouvir e negociar com os sindicatos”.

Para o dia 31 de Janeiro estão previstas três manifestações dos trabalhadores da função pública: da plataforma Frente Comum e da Fenprof – Federação Nacional dos Professores, estruturas ligadas à CGTP – Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses, e da Fesap – Federação de Sindicatos da Administração Pública, que tem filiação a outra central sindical, a UGT – União Geral de Trabalhadores. Arménio Carlos considera que esta atitude do Governo pode levar “a uma mobilização ainda maior”.

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Tiago Barquinha
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