“Crise e castigo e o dia seguinte”. A obra made in UMinho

A obra “Crise e castigo e o dia seguinte” de dois professores da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho foi apresentada esta terça-feira, no campus de Gualtar. Um livro que em 248 páginas analisa a história da economia portuguesa, em especial, desde os anos 2000 até os dias de hoje.


Aos microfones da RUM Fernando Alexandre, autor da obra, faz um levantamento dos motivos que levaram aos três resgastes financeiros em 1977, 83 e 2011. Essencialmente estão relacionados com a falta de poupança e falta de rigor na gestão das contas públicas.

Para o investigador, o Estado “corrigiu a sua postura e tem contribuído de forma positiva para a poupança em Portugal algo único na história do país”. As empresas estão “equilibradas”, contudo é no seio das famílias que está o problema. “As poupanças são baixas, no entanto há uma explicação e está relacionada com uma expectativa que as condições de vida, no futuro, melhorem”, explica. 

Fernando Alexandre já está a trabalhar num outro projecto em conjunto com  três academias portuguesas e o Banco de Portugal. São cerca de vinte os investigadores dedicados à “produtividade na economia portuguesa”. Segundo o especialista os dados têm demonstrado que o aumento do salário mínimo nacional “ajudou a acelerar a saída de empresas pouco eficientes no mercado”.

“Crise e castigo e o dia seguinte” é o terceiro livro sobre a problemática das contas públicas portuguesas. O prefácio da obra contém uma mensagem de Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia.

Luís Aguiar-Conraria é outro dos autores da UMinho. À Universitária, o investigador realça que Portugal endividou-se para crescer, uma vez que nos anos 80/90 o país tinha uma rede de escolas e hospitais “ridícula”. 


Para o investigador, o país está num bom caminho mas ainda existem mudanças que precisam de ser concretizadas. “Houve uma limpeza no crédito dos bancos , o que é positivo, e para além disso os portugueses já se convenceram que o estado não pode ter défice. Porém, é essencial proceder a alterações no sector empresarial que continua pouco concorrencial”, sugere.


Luís Aguiar-Conraria frisa a relevância de ter “entidades reguladoras independentes, sendo que hoje estas continuam a ser “muito permiáveis aos interesses políticos e privados”. 

“Esta é uma obra que todos os portugueses, principalmente, os que têm responsabilidades políticas deveriam ler”, Artur Santos Silva. 


O presidente honorário do BPI e curador da Fundação La Caixa foi o responsável pela apresentação da obra com selo UMinho. À RUM esclareceu que a sua afirmação pretende alertar para a importância de não voltar a cometer os erros do passado. “Vamos sofrer todos”, alerta. 


Artur Santos Silva deixou ainda uma palavra de apreço à academia minhota, que na sua opinião é uma universidade de acção exemplar. Artur Santos Silva acentuou que sem as instituições de ensino superior a investigação em Portugal seria muito modesta. 

Já para o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, a ciência aberta à população “é sem dúvida uma mais valia”, oferecendo um contributo “importante” para a construção da cidadania dos portugueses. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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