“Não se percebe como é que a UMinho não aumenta o financiamento aos SAS”

A presidente da direção da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho), Margarida Isaías considera que a Universidade do Minho (UMinho) não está a financiar devidamente os Serviços de Ação Social (SASUM), situação que está a comprometer a qualidade do serviço prestado diretamente aos estudantes.

Atrasos na análise de candidaturas a bolsas de estudo, atraso na requalificação das atuais residências e na execução das futuras são problemas que afetam a comunidade estudantil e que deixam a direção da AAUMinho cada vez menos convencida na resolução destes problemas. Os temas foram levantados esta terça-feira, no espaço de grande entrevista da RUM ‘Campus Verbal‘.

“Vimos no ano passado as dificuldades imensas que os SASUM passaram e o apoio que foi dado pela universidade foi um empréstimo quando havia um compromisso do Sr. Reitor [de apoiar]. Não faz sentido e não há explicação possível”, começou por criticar a representante dos estudantes. Aliás, a aluna finalista de Medicina diz até que a UMinho continua apostada “em reduzir o apoio aos SASUM, algo que não faz sentido”. Sublinhando que está novamente garantido o aumento do financiamento à UMinho via orçamento de estado, a representante máxima dos estudantes considera que a instituição não se pode limitar a apoiar as unidades orgânicas, colocando de parte os SAS. “Quando pergunto [sobre o reforço de apoios via OE] dizem-se que será unicamente para dividir pelas unidades orgânicas. Não são só as unidades orgânicas que precisam de apoio. Os SASUM são uma outra entidade que precisa urgentemente de apoio e não se percebe que nem mais um cêntimo vá para os serviços”, continua. A presidente da direção respondia à margem de uma questão colocada a propósito do investimento prometido pela administradora dos SASUM na requalificação das atuais residências universitárias, situação que assume que “é difícil acreditar que tal aconteça ainda em 2024”.

O atraso na análise de candidaturas a bolsas resolve-se com mais recursos humanos, na opinião da estudante


A presidente da AAUMinho lembra que são vários os argumentos que a levam a exigir apoios mais robustos por parte da UMinho aos SASUM. A uma semana do arranque do segundo semestre, 20% dos estudantes que se candidataram a bolsa social continuam sem saber se terão ou não direito a bolsa. Margarida Isaías lembra que a UMinho “é das universidades que mais atrasos tem na entrega das bolsas”. Ainda que reconheça que é também das universidades públicas com mais estudantes bolseiros no país, diz que o problema só se resolve “com mais investimento” e consequente reforço de recursos humanos. Até porque estes atrasos, acrescenta, “desvirtuam o conceito e o propósito da bolsa de estudo”.


A presidente da AAUMinho aproveitou ainda para apelar aos estudantes que possam estar a atravessar dificuldades, que contactem a estrutura estudantil.

Atrasos nas residências universitárias públicas são “preocupantes”

São duas as novas residências universitárias prometidas, uma em Braga e outra em Guimarães, que resultarão na duplicação do número de camas a preços controlados. Em Braga, a residência ficará situada na antiga saboaria Confiança (obra da responsabilidade da CMB) financiada pelo PRR. Em Guimarães, a residência, também ela a construir com fundos do PRR, será na antiga escola de Santa Luzia. As obras devem estar concluídas até 2026, mas nenhuma delas avançou. As informações que vão chegando à AAUMinho apontam para que o processo seja mais célere em Guimarães, mas todos estes atrasos levantam dúvidas à estrutura representantiva dos alunos da UMinho.

Na semana passada, também em entrevista à RUM, a administradora dos SASUM referiu que a requalificação das atuais residências vai avançar quando forem assegurados os financiamentos, também via PRR, mas a presidente da AAUMinho fala novamente em “respostas que dão há muito tempo sem que se concretizem”. “Há um ano a Sra. Administradora e o Sr. Reitor falavam nas reabilitações que iam ser feitas e pouco foi feito”, conclui.

Nesta mesma entrevista, a presidente da AAUMinho denunciou o atraso no pagamento de bolsas de mérito por parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e sugeriu a realização de mais estudos internos que permitam conhecer melhor a comunidade académica, as suas carateríticas e os seus problemas.


OUVIR ENTREVISTA COMPLETA AO CAMPUS VERBAL

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Elsa Moura
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Abel Duarte
NO AR Abel Duarte A seguir: Elisabete Apresentação às 11:00
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