“Não podemos reduzir a representatividade dos estudantes no CG”

A presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho), Margarida Isaías, assume estar preocupada com o risco de diminuição da representatividade dos estudantes no Conselho Geral (CG) e diz que só há uma solução para o que considera “um erro” cometido em novembro no processo de votação de revisão dos estatutos: a repetição da votação.
Em entrevista à RUM, Margarida Isaías, que é também uma das quatro representantes dos estudantes da UMinho neste órgão, sublinha que o processo não foi realizado de forma correta, na referida reunião do Conselho Geral onde foi discutida a revisão dos estatutos. “A proposta que irá a consulta pública irá com uma redução dessa mesma representatividade por vários motivos. Eu considero que o principal [motivo] é porque a forma como se votou este ponto não foi a correta. A verdade é que neste momento o documento estará finalizado com isto, mas nós tudo faremos para que essa representatividade não seja reduzida e mais do que isso, eu espero que os senhores conselheiros cheguem a essa conclusão que, de facto, não podemos reduzir a representatividade deste órgão”, esclareceu.
Depois dessa reunião, a presidente da AAUMinho já falou diretamente com a presidente do CG, Joana Marques Vidal. Dessa conversa, a informação que recebeu foi de que o documento “irá a consulta pública, mas terá de ser novamente votado em conselho geral”.
A primeira votação remonta ao início de novembro, mas o processo levantou dúvidas, nomeadamente por parte dos estudantes. A proposta que será lançada em consulta pública e prevê que o órgão máximo de governo e de decisão estratégica da Universidade passe de 23 para 29 membros, ou seja, 15 representantes de professores e investigadores (mais 3), 4 representantes dos estudantes (mantém-se inalterado), 2 trabalhadores técnicos, administrativos e de gestão (que duplicam a sua representatividade, passam de 1 para 2 membros) e 8 personalidades externas de reconhecido mérito (mais 2).
“Vimos a vontade do CG em reduzir a representatividade dos estudantes no órgão máximo da universidade. Isto preocupa-nos muito. Temos visto como a discussão acaba sempre por ir ao encontro dos docentes, dos investigadores e da investigação – que também está a passar pelas suas dificuldades – mas, de facto, não podemos deixar cair a base da universidade, os estudantes, e não podemos, de todo, reduzir a sua representatividade neste que é o órgão máximo da universidade”, conclui.
Representatividade dos estudantes nos conselhos pedagógicos deve ser uniformizada
Ainda no que respeita à representatividade dos estudantes noutros órgão da instituição de ensino superior minhota, a direção da AAUM defende a implementação de um modelo único. “Existem estudantes que não são eleitos e que são nomeados por docentes para estarem presentes. O método de eleição de estudantes e a altura do ano também diferem muito de escola para escola e nós queremos uniformizar e ajudar à capacitação dos estudantes para que tenham o melhor desempenho possível nestes órgãos”, explicou ainda.
