“Não podemos hipotecar o futuro”. Reitor pede cautela nos investimentos

Precisamente dois anos depois da Universidade do Minho ter fechado portas devido à pandemia de covid-19, eis que surge novo clima de incerteza. Na cerimónia que assinalou os 40 anos da Escola de Economia e Gestão (EEG), apesar de o momento ser de celebração, o reitor da academia minhota não deixou de alertar toda a comunidade para os tempos difíceis que se avizinham.
O já conhecido subfinanciamento das instituições de ensino superior aliado ao acréscimo de encargos que resultou da integração de trabalhadores técnicos, administrativos e de gestão no âmbito do PREVPAP – programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública – conjugado ainda com a inflação provocada pelo conflito que resultou da invasão da Rússia à Ucrânia coloca a UMinho em alerta.
“A universidade deve ser cautelosa nos seus investimentos porque nós não sabemos o que será o Orçamento de Estado de 2022. Estávamos a trabalhar numa perspetiva de que o OE, para as universidades, traria aumentos de financiamento relativamente ao que aconteceu em 2021, mas nesta circunstancia particular temos, primeiro, de estar atentos e, em segundo, devemos ser previdentes. Não podemos hipotecar o futuro porque não sabemos o que vem aí”, frisa.
De acordo com o responsável máximo da academia minhota, foi necessário renegociar o contrato de fornecimento de gás da instituição que custa agora três vezes mais. “As universidades não vão ficar imunes. Já começamos a sentir os efeitos gravosos que decorrem do conflito”, justifica.
Esta semana haverá uma nova reunião do Conselho de Gestão que está a acompanhar os acontecimentos mais recentes.
Na próxima segunda-feira, está agendada uma reunião com os presidentes das unidades orgânicas para discutir o início do processo da reforma estatutária que irá alterar o modelo organizacional da academia.
