“Não irei permitir que qualquer crença ou ideologia determine a acção da polícia”

O director-nacional da Polícia de Segurança Pública defende que o cumprimento da lei está acima de qualquer raça, etnia, orientação sexual ou ideologia política. À margem da inauguração do novo Centro de Controlo Operacional do Comando de Braga, esta segunda-feira, Magina da Silva abordou os mais recentes casos que envolvem as forças policiais em Portugal e no mundo.
Após a morte de George Floyd, provocada pela acção da polícia de Minneapolis, nos Estados Unidos da América, há três semanas, gerou-se uma constestação contra a intervenção excessiva das forças de segurança e contra o racismo, tendo levado inclusivamente a actos de vandalismo.
Lembrando que “qualquer caso de vandalismo, violência, destruição de propriedade ou ofensa à integridade física é um crime”, Magina da Silva destaca que, acima de tudo, “os cidadãos têm de cumprir a lei”, ressalvando que esse cenário também se aplica aos agentes.
O responsável máximo da PSP considera que se “exige uma postura profissional que esteja totalmente estripada de qualquer input racista, de género, de crença religisoa ou de orientação sexual”. “Não pode de maneira nenhuma nem irei permitir que isso [qualquer crença ou ideologia] determine a acção da polícia”.
PSP não interviu em manifestação porque “poderiam advir males maiores”
Numa manifestação anti-racista realizada no dia 6 de Junho, no Porto, foram erguidos cartazes com “mensagens de incentivo ao ódio contra polícias”, tal como foi classificado na altura pela PSP.
Magina da Silva explica que, no decorrer do protesto, a força de segurança, “pesando os prós e os contras, decidiu não intervir porque daí poderiam advir males maiores” e que a estratégia passou por “identificar as pessoas que exibiram os cartazes e participá-lo ao Ministério Público”. “Agora está nas mãos de outras instâncias avaliar e julgar isso”, complementa.
O director-nacional adianta ainda que, neste momento, existem 24 agentes da PSP com Covid-19, sendo que já chegaram a estar, em simultâneo, 186 infectados.
