“Não faz sentido um meio aéreo para o Gerês sair do Montijo”

A Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Proteção Civil (FÉNIX – ANBAPC) denuncia, numa carta endereçada ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, as falhas no socorro por meios aéreos nos últimos tempos.
À RUM, o presidente da FÉNIX – ANBAPC frisa que o principal problema está relacionado com “o tempo de demora dos meios aéreos para efectuar um salvamento”. Para Carlos Silva “não faz sentido” que um meio destacado para o Gerês esteja estacionado no Montijo.
No documento a que a Universitária teve acesso, a associação recorda que, só este ano, já ocorreram três acidentes no Gerês, sem que tivesse havido intervenção de meios aéreos portugueses de resgate. O último episódio aconteceu no passado sábado, 8 de Agosto, em Lindoso, Ponte da Barca.
Outra das questões colocadas está relacionada com o motivo de “não existirem helicópteros que possam fazer todo o tipo de missões, com mecanismos de guincho e recuperadores salvadores, operacionais preparados para socorrer e resgatar pessoas em terrenos difíceis das serras nacionais”. Até 2015, estas operações eram realizadas pela frota Kamov que continua em reparação, em Portugal.
Modelo de busca e salvamento perdeu capacidade.
Neste momento, o país não conta com os meios aéreos indicados para as operações de busca e salvamento, uma vez que o “Merlin” foi adquirido para SAR (Search and Rescue) marítimo de longo alcance. Porém, é, na óptica da associação, “excessivamente grande e dispendioso em horas de voo para resgates em montanhas” como, por exemplo, na serra do Gerês, Estrela, Caramulo, etc.
A FÉNIX – ANBAPC sublinha que não está contra a Força Aérea Portuguesa. Contudo, o actual modelo de busca e salvamento, após 2015, perdeu capacidade de resposta e, por essa razão, deve ser repensado.
No documento são pedidos, também, esclarecimentos sobre o tempo que as aeronaves de emergência médica dispõem para levantar voo.
“É (…) fundamental que a FAP – Força Aérea Portuguesa, esclareça os portugueses sobre quanto tempo demora um Merlin a descolar desde o momento em que o pedido do meio é feito, se durante a noite executa missões em montanha e qual o valor hora de voo cobrado à ANEPC – Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil”, pode ler-se.
A Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Proteção Civil informa estar disponível para colaborar na melhoria do sistema integrado de emergência médica em Portugal.
