Na Escola Carlos Amarante, o Erasmus no ensino profissional é uma aposta crescente

Mais de duas dezenas de alunos de ensino profissional da Escola Carlos Amarante partem, anualmente, de há três anos a esta parte, para uma experiência Erasmus e os apoios são até insuficientes para tantos jovens interessados em vivenciar um curto período de tempo fora do seu ‘porto seguro’.
Para os alunos do 11º a experiência em contexto profissional tem a duração de um mês. No 12º ano é de dois meses e meio.
Zélia Costa, professora de Informática e membro da equipa Erasmus da Escola Carlos Amarante fala numa “imagem de marca” que este estabelecimento de ensino pretende fortalecer. “Quando começamos isto, era muito para mostrar a estes alunos que o ensino profissional é tão válido como qualquer outro ensino e que lhes dava as mesmas oportunidades ou outras de fazerem experiências internacionais e, então, nós apostamos nisso com uma imagem de marca associada ao ensino profissional e, para já, temos tido candidatos todos os anos”, começa por referir.
A experiência dura entre um mês e dois meses e meio, dependendo se o aluno frequenta o 11º ou do 12º ano, com os participantes a ficarem instalados em apartamentos ou residências universitárias, dependendo da cidade para onde se deslocam. Todo a experiência, desde as viagens e deslocações ao alojamento e alimentação, é financiada pelo programa europeu, cujo financiamento será mais reduzido este ano, uma questão que a docente lamenta uma vez que a procura continua a ser significativa.
Outro dos objetivos da Escola Secundária Carlos Amarante é que os estudantes que partem para estas experiências fora do país regressem com um feedback das aprendizagens adquiridas permitindo assim “perceber se a formação que estamos a fazer é adequada para o mercado de trabalho internacional, porque nós não sabemos onde é que eles vão trabalhar”, admite a docente aos microfones da RUM.
Dois dos alunos que participaram recentemente na experiência passaram pelos estúdios da RUM onde lembraram a aventura e incentivaram mais colegas a partir no mesmo contexto. Falando de uma aventura “enriquecedora” a todos os níveis, Miguel Nascimento, do curso de programação de informática e que esteve durante um mês com quatro colegas a trabalhar numa empresa de Barcelona, aconselha qualquer estudante a inscrever-se. Recorda “uma experiência muito boa e super agradável” em contexto de trabalho e aprendizagem, mas também no contacto diário com profissionais e colegas da própria escola. Fala ainda de um acompanhamento “próximo” e “preocupado” por parte dos profissionais da empresa num momento em que confessa também ter sentido a responsabilidade de “vestir a camisola da Escola Carlos Amarante” e defender a sua reputação.
Já Maria Luiza Carvalho, do curso de Design Industrial também partiu para Barcelona através do programa Erasmus VET. À RUM fala de uma experiência positiva no contexto de aprendizagem, mas também na dimensão turística. “Talvez agora tenha mais uma noção da diferença de emprego e profissionalismo entre lá e cá. Na empresa onde estive os donos eram portugueses o que foi ótimo até para trocar ideias. Foi uma experiência muito boa e conseguimos também passear bastante”, recorda.
A cada ano, 20% dos alunos que frequentam o ensino profissional, passam pela experiência Erasmus VET. Zélia Costa refere que a Escola Carlos Amarante está já a trabalhar noutros projetos que promovem o intercâmbio. “Continuamos de portas abertas porque queremos lançar a escola internacionalmente, não só para o ensino profissional como para todos os alunos”, assume ainda.
Espanha, Itália e Bulgária são alguns dos países por onde já passaram os estudantes de ensino profissional da Escola Carlos Amarante através do projeto Erasmus VET (Vocational education and training).
