Município de Barcelos e UMinho estudam saúde física e mental de idosos que vivem sozinhos

O Município de Barcelos, em parceria com a Universidade do Minho, está a desenvolver um estudo pioneiro que pretende avaliar a saúde física e mental das pessoas mais velhas a viver sozinhas no concelho. A iniciativa surge da crescente preocupação com o envelhecimento da população e com a vulnerabilidade acrescida daqueles que, por motivos de saúde ou condições sociais, vivem isolados.


Segundo dados das Nações Unidas, cerca de 12% da população mundial com 60 ou mais anos vive só, proporção que sobe para 23% a 35% nos países europeus. Em entrevista à RUM, Odete Araújo, vice-presidente e professora da Escola Superior de Enfermagem (ESE) da UMinho, adianta que, com o auxílio de entidades como as juntas de freguesia locais, será possível apurar “dados de 10 a 15% da população do concelho”, o maior do país, com uma área de 378,70 quilómetros quadrados, distribuídos por 61 freguesias.

O estudo vai analisar indicadores como funcionalidade, fragilidade, cognição, solidão, sono, depressão, medo de cair e literacia em saúde. “Viver só é um fator acrescido para um conjunto de outros problemas de saúde. As questões relacionadas com o sono estão muito alteradas: o padrão de sono, ansiedade, depressão, a própria literacia emocional. Viver só não é condição sine qua non para sofrer de solidão. Claro que potencia porque é um estado e um sentimento, mas aumenta a probabilidade das pessoas que vivem sós virem a ter alterações e perturbações que levam, muitas vezes, a estados de solidão”, explica a docente.

A recolha de dados está a ser conduzida por investigadores da ESE e por bolseiros selecionados através de concurso público. A participação é voluntária, confidencial e com consentimento informado, garantindo o anonimato dos participantes através de códigos alfanuméricos.

Para Odete Araújo, natural de Barcelos, este projeto tem um valor especial, até pela vontade de “contribuir, ainda que de forma bastante modesta, para que os barcelenses mais velhos possam ter outra qualidade de vida e tenham outros serviços. Só com uma identificação muito objetiva é que, quem tem esta responsabilidade, pode tomar medidas concretas e estabelecer um plano de ação municipal que identifique estas situações de risco”, sublinha.


O projeto conta com parecer favorável da Comissão de Ética para a Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (CEICVS), assegurando o cumprimento dos princípios éticos da investigação científica.

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Ariana Azevedo
Ariana Azevedo

Jornalista na RUM

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