Mudança de hábitos de mobilidade com obra do Nó de Infias pode ser “efeito colateral positivo”

O vice-presidente da câmara de Braga, Altino Bessa, admite que uma consequência positiva da obra do Nó de Infias poderá ser a mudança de hábitos de mobilidade de muitos bracarenses.
A empreitada, da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP) ainda não arrancou e vai durar pelo menos dois anos, antecipando-se graves constrangimentos de trânsito nesse período. E se os bracarenses apresentam como uma das principais críticas o aumento considerável do tráfego automóvel nos anos mais recentes, com filas intermináveis e muito tempo passado no trânsito, a tendência não será melhorar essa circunstância nos próximos 24 meses, antes pelo contrário. O autarca João Rodrigues já tem vindo a alertar a população para o impacto que a obra terá na vida da cidade nos próximos dois anos.
Agora, em entrevista à RUM, Altino Bessa reconhece que se os bracarenses optarem por transportes públicos e modos suaves, essa será uma “boa notícia” para a cidade a diferentes níveis. “Não fazemos a obra para obrigar as pessoas a mudar os hábitos, mas se isso for um efeito colateral, não é mau”, aponta. Na opinião do vice-presidente, os constrangimentos adicionais que os automobilistas vão começar a sentir incentivarão a procura por alternativas, seja através de transportes públicos, andando a pé, de bicicleta ou de motociclo. “Se optarem por outros meios que não seja trazer permanentemente a viatura porque vão ter mais constrangimentos, só por si isso não é mau”, insiste.
Ainda de acordo com Altino Bessa, que agora assume também a pasta das obras municipais, a autarquia está nesta fase ainda “a tratar de procedimentos” para que a IP possa arrancar com os trabalhos.
Assumindo também o pelouro da Polícia Municipal de Braga, o centrista reconhece que as orientações junto desta força apontam para “facilitar a vida das pessoas e dos automobilistas” com influência sempre que necessário nos pontos de tráfego automóvel onde se justifique. Previsivelmente, essa será outra responsabilidade na zona do Nó de Infias assim que se inicie a obra.

Vice-presidente exige ao Estado que financie Variante do Cávado
Altino Bessa é mais uma voz local a exigir responsabilidade ao estado central para que financie a conclusão da Variante do Cávado, uma via “com interesse intermunicipal”. Estima-se que possa custar mais de 40Milhões de Euros. Altino Bessa alerta para a prontidão do estado central quando se trata de Lisboa e Porto. “Quando é necessároa mais uma circular ou mais uma ponte, ela aparece”, exemplifica para logo sustentar que é tempo de Braga assegurar esse poder de influência. “Braga merece por tudo aquilo que representa que o governo olhe para o concelho como um polo de grande centralidade a vários níveis e que precisa de ter este apoio governamental”, sublinha. “Se a cidade hoje contribui de forma significativa para a riqueza nacional, por maioria de razão deverá haver um olhar atento para Braga. O Estado tem a obrigação de fazer esta obra para melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas,” insiste.
Degradação de vias e passeios exige atuação “urgente”
Pelo concelho são múltiplos os exemplos de vias rodoviárias degradadas, de passeios sem condições mínimas e as queixas dos bracarenses repetem-se. Altino Bessa não foge à realidade. “Reconhecemos isso, que há espaços que estão bastante degradados, o espaço público não é agradável para as pessoas, quer visual quer do ponto de vista da sua própria utilização mas temos vindo a fazer algum trabalho a esse nível”, explica.
Recorde-se que o novo presidente, João Rodrigues, comprometeu-se com um plano anual de 10Milhões de Euros para manutenção permanente de vias e passeios criando uma equipa [permanente] para responder. Este contrato programa “vai permitir no imediato fazer algumas obras de manutenção mais urgentes e de menor dimensão”, aponta, esclarecendo que a manutenção de vias tem sido constante, ainda que muitos automobilistas critiquem o modelo de tapar buracos com asfalto que, sobretudo em dias de chuva, não apresenta a eficácia pretendida.
Ainda segundo Altino Bessa, os serviços estão a fazer um levantamento de locais onde seja mais premente a recuperação de passeios e de vias rodoviárias para uma atuação mais célere.
