Movimento contra a Indiferença quer conhecer verdadeira dimensão da abstenção

“A indiferença é perigosa, seja esta inocente ou não”. Foi através da citação das palavras do Papa Francisco que Paulo Sousa, do Movimento de Cidadania contra a Indiferença, começou o seu discurso, esta terça-feira, no Café Vianna, em Braga, para apresentar uma lista de iniciativas que, de 15 a 22 de janeiro, vão tentar sensibilizar a população para a importância do voto. Recorde-se que Portugal vai às urnas a 30 de janeiro.
“Diálogos com a Democracia” é o nome da campanha que conta agora, anunciou Paulo Sousa, com o apoio da Federação Nacional das associações juvenis, da Associação nacional das assembleias municipais e do Instituto Português da Juventude. De frisar que, nesta luta, mantem-se o contributo das associações empresariais de Braga e do Minho que nas palavras do responsável “deram um notável exemplo do que deve ser o exercício da cidadania e da responsabilidade que cabe a todas e a todos”.
Trata-se de um trabalho “permanente, voluntário, mas persistente” que poderá levar anos a ser, pelo menos, minimizado ou resolvido.
O Movimento aproveitou o momento para denunciar a falta de objetividade da parte da Comissão Nacional de Eleições e do Instituto Nacional de Estatística. “Precisamos que resolvam depressa a disparidade que voltamos a encontrar ato eleitoral após ato eleitoral nos cadernos eleitorais com diferenças abismais entre os dados das duas entidades. Cerca de 600 mil pessoas. Enquanto não for reposta a verdade eleitoral, não saberemos nunca qual é a verdadeira dimensão da abstenção. Estamos por isso a trabalhar com números que pecam pelo exagero e que não podem, nem devem contribuir para uma definição mais clara dos objetivos deste ou de qualquer outro movimento”, declara.
A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho) é uma das entidades que abraça o objetivo de contribuir para a diminuição da abstenção nos sufrágios, em Portugal. Duarte Lopes, que tomará posse como novo presidente da AAUMinho a 22 de janeiro, apela à educação dos cidadãos, de modo a que estes entendam a importância do voto no futuro e evolução quer do país quer da região.
O estudante do mestrado de Direito dos Contratos e da Empresa, alerta que ninguém se prepara para “uma maratona a duas semanas da prova”, logo seria importante que estas campanhas, no seu entender, fossem realizadas ao longo de todo o ano. Perceber o “porquê” de tantas pessoas optarem pela abstenção é outra das sugestões de Duarte Lopes que pede ainda um maior envolvimento dos políticos no envolvimento dos cidadãos naquilo que é a gestão pública.
Nas próximas semanas, a AAUMinho irá reunir com todas as forças políticas com o intuito de expor as preocupações dos estudantes do ensino superior. No dia 20 de janeiro, a associação vai lançar uma campanha na rua que será complementada com publicações nas suas redes sociais.
A campanha “Diálogos com a Democracia” arranca no este sábado, 15 de janeiro, com os partidos políticos a contarem de forma direta com os eleitores através de pequenas bancadas no centro da cidade dos arcebispos.
Na semana do 17 de janeiro, as associações empresariais de Braga e do Minho lançam a sua campanha nas redes sociais. Na segunda-feira, têm início também os debates nas escolas secundárias D. Maria II, Alberto Sampaio e Maximinos.
No dia 21, as candidaturas unem-se num apelo ao voto em conferência de imprensa. A partir do dia 22, entram em cena os meios de comunicação social, em que se inclui a RUM, com a campanha de apelo ao voto.
Na sessão participaram João Dantas, diretor do Agrupamento de Escolas D. Maria II, Ramiro Brito, vice-presidente da AEMinho, Fernando Vieira, vice-presidente da FAJUB – Federação das Associações Juvenis do Distrito de Braga, e Domingos Macedo BArbosa, presidente da AEBraga.
